Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 26 de Novembro de 2024

Polícia prende lutador de jiu-jítsu suspeito de manter mulher em cativeiro

24/03/2016

A atitude corajosa de uma menina de 12 anos, que denunciou à polícia o próprio pai, que manteve a mãe dela em cárcere privado e sofrendo agressões e maus tratos por quatro anos, em Vassouras, no Sul Fluminense, comoveu os moradores da pacata cidade. Graças a X., um químico industrial de 38 anos foi preso e a mulher dele, de 37, libertada por PMs na terça-feira.

De acordo com o Delegado José Soares dos Santos, titular da 95ª DP (Vassouras), o acusado foi preso em flagrante, depois que a garota contou à polícia, em um telefonema, que estava “desesperada e cansada de presenciar seguidos espancamentos sofridos pela mãe”. “O casal morava junto há 16 anos. Mas, há quatro, o homem teria passado a manter, por ciúme doentio, a mulher trancada em um dos quartos da casa, ameaçando a filha que denunciou e mais dois irmãos, de 8 e 15 anos, caso o denunciassem a vizinhos ou na escola”, detalhou.

Os policiais que atenderam à ocorrência se disseram chocados com o estado em que encontraram a vítima no cativeiro, machucada e desorientada. Em seu depoimento, ela afirmou que o marido a proibia de sair de casa há quatro anos e a espancava e a estuprava “com frequência”. Além disso, era obrigada fazer suas necessidades fisiológicas em um pote. Traumatizada, ela adiantou que quer voltar para a Argentina, sua terra natal, em companhia dos filhos.

Ao ligar para a polícia, X. relatou que o pai tentava enforcar a mãe e um de seus irmãos. O agressor, dono de uma fábrica de produtos de limpeza e polimento, foi preso em flagrante e indiciado por cárcere privado, tortura e estupro. Agressivo, foram precisos seis policiais para dominá-lo. O consulado da Argentina está dando apoio às vítimas.

A secretária Especial de Políticas para Mulheres do governo, Eleonora Menicucci, revelou, no último dia 8, que, com base nos dados do Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, do governo federal, foram registrados 3.961 casos de mulheres mantidas em cárcere privado no Brasil em 2015. O aumento, em relação a 2014, é de 325%.