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Terça, 26 de Novembro de 2024

Aborto ou tratamento? A difícil escolha de uma britânica grávida com câncer

17/12/2015

Em setembro, a policial britânica Heidi Loughlin, de 33 anos, estava na 13ª semana de gravidez do terceiro filho quando foi diagnosticada com uma forma rara e agressiva de câncer de mama.

 
 
Loughlin vive em Bristol, no sudoeste da Inglaterra, e ainda amamentava o filho de um ano – o outro tem dois anos.
 
 
Os médicos deram a ela a opção de fazer um aborto e iniciar uma quimioterapia intensiva, alertando que Loughlin poderia morrer se adiasse o tratamento.
 
Mas ela decidiu seguir com a gravidez e começar um tratamento mais brando. O objetivo era se manter viva e, ao mesmo tempo, não prejudicar o desenvolvimento do bebê.
 
"(O aborto) Nunca foi uma opção – eu já estava ligada ao bebê", disse a britânica.
 
A quimioterapia mais branda, entretanto, não rendeu os resultados esperados e os médicos concluíram que o risco para a saúde de Loughlin era tão alto que ela precisaria adiantar o nascimento do bebê em pelo menos 12 semanas.
 
 
Heidi Loughlin descobriu que estava com câncer de mama na 13ª semana da gravidez do terceiro filho
 
"Me disseram que eu realmente precisava começar com o herceptin (remédio indicado para casos de câncer como o dela) agora", afirmou.
 
Os médicos afirmam que este medicamento não pode ser administrado à paciente durante a gravidez, pois pode matar o bebê.
 
"Ninguém nunca quer ficar nesta posição e todas as opções são horríveis mas eu preciso estar aqui para todos os meus filhos", acrescentou Loughlin.
 
 
 
'ELA TEM MAIS CABELO QUE EU!'
O bebê, uma menina, nasceu na sexta-feira, 12 semanas antes do previsto.
 
Escrevendo em seu blog, Loughlin disse que ela e o marido, Keith (Smith), estavam "totalmente deslumbrados" com o nascimento da filha.
 
"Ela nasceu hoje (dia 12 de dezembro) com uma cesárea às 12h37. Ela saiu primeiro com os pés e está respirando sozinha. Ela pesa 1,05 kg. (…) Ela tem mais cabelo que eu!!!!"
 
Depois do nascimento de Ally Louise Smith, Loughlin disse à BBC que "mal pode esperar para começar a quimioterapia".
 
Ally ainda está internada na unidade neonatal e, segundo Loughlin, ela ainda é muito pequena.
 
"É quase como levantar um pedaço de torrada, de tão minúscula que ela parece. Ela saiu chorando, o que nós realmente não esperávamos, pois ela é tão pequena."
 
 
 
Ally Louise Smith está na unidade neonatal e deve voltar para casa apenas em março (Foto: BBC)
 
Agora, a britânica deve começar a nova fase da quimioterapia no dia 23 de dezembro, se estiver recuperada da cesárea.
 
"Estou ansiosa para tocar isto para frente, dar um pé na bunda dessa coisa para que eu possa, basicamente, continuar com uma vida normal", afirmou.
 
Loughlin disse para a BBC que, apesar dos riscos, não mudaria nada do que fez.
 
"Eu nunca faria nada diferente, ela (o bebê) vale cada segundo."