Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 26 de Novembro de 2024

Após ser liberada de hospital em Olinda, mulher dá à luz dentro de ônibus

09/12/2015

Após ser liberada do Hospital Tricentenário, que fica no Sítio Histórico de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), uma mulher entrou em trabalho de parto e deu à luz a uma menina dentro de um ônibus, no Terminal Integrado de Xambá, também em Olinda, na noite desta segunda-feira (7).

De acordo com testemunhas, Maria José de Almeida, de 38 anos, chegou ao hospital sentindo contrações, foi avaliada e mandada embora. Segundo a acompanhante, Maria José Sobral, o médico liberou a gestante justificando que não estava na hora de o bebê nascer. "Ele pediu para ela ir pra casa, botar um absorvente e repousar. A gente foi embora e pegou o ônibus, aí começou a sentir dor e a menina nasceu dentro do ônibus", contou.

O parto de Maria aconteceu dentro de um ônibus que faz a linha TI Xambá/Rio Doce (Getúlio Vargas) na chegada ao Terminal Integrado do Xambá, que fica no bairro de Peixinhos, na Zona Sul da cidade. Os passageiros chamaram uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que prestaram os primeiros socorros à mãe e ao bebê, que se chama Vitória, e as encaminharam de volta ao Hospital Tricentenário. O mesmo médico que as liberou terminou o atendimento.

Segundo, Anderson Almeida da Silva, irmão mais velho da criança, o bebê chegou a cair no chão do ônibus. "Minha mãe já disse que irá processar o hospital por que houve negligência no atendimento. Ela foi liberada sentindo que Vítoria iria nascer, inclusive com a bolsa já rompida", afirma ele.

O diretor médico do hospital, Roberto Calixto, nega a informação. "O que temos até agora, oficialmente, é que a paciente foi liberada após uma reavaliação, estando com a bolsa íntegra e com apenas dois centímetros de dilatação", conta.

Segundo a coordenadora da maternidade do Hospital do Tricentenário, Erica Ximenes, a decisão do plantonista foi baseada na ficha de atendimento. Ela foi atendida por um enfermeiro obstetra e pelo médico plantonista, que tomaram a decisão em conjunto, sem levar em conta que era o 9º bebê de Maria José. "Lembrando que a multiparidade que ela traz pode evoluir mais rapidamente para o parto normal", diz.

Maria José de Almeida passa bem, mas não deve receber alta nesta terça-feira (8). Será aberto um procedimento administrativo para apurar a conduta do médico e quais foram as condições que o levaram a liberar a paciente.