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Quarta, 27 de Novembro de 2024

Crianças devem evitar carnes e embutidos?

09/11/2015

As carnes processadas – como salsicha, presunto, linguiça, hambúrguer e bacon – foram classificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no fim do mês passado, como alimentos cancerígenos para seres humanos. Já a carne vermelha, incluindo partes do boi, porco, carneiro, bode e cavalo, foi classificada como alimento de provável risco cancerígeno.

O alerta da OMS causou dúvidas, angústias e muita discussão. Afinal, os novos vilões fazem parte da alimentação de inúmeras famílias. Uma das questões levantadas é sobre como fica a alimentação das crianças que costumam ser fãs de um cardápio rico em embutidos.

O professor Paulo Taufi Maluf Júnior, oncologista pediátrico do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, esclarece que as carnes processadas ou os embutidos têm adição de sal ou outros produtos para realçar o sabor e aumentar o tempo de conservação, ou foram fermentadas ou defumadas. Desta forma, devem ser consumidas pelas crianças de forma bastante moderada. Já a carne vermelha é um componente importante da alimentação e seu consumo adequado traz benefícios para a saúde.

“A carne vermelha contém nutrientes para o desenvolvimento da criança como o ferro que transporta o oxigênio pelo organismo. Sua deficiência, principalmente na infância, pode causar diminuição da capacidade de trabalho físico e alterações em neurotransmissores que prejudicam as funções cognitivas e intelectuais, como aprendizado, concentração e atenção e, em casos de anemia grave, deficit de QI”, avalia o médico.

Outro nutriente que vem da carne vermelha é a Vitamina B12, que atua na formação dos glóbulos vermelhos e nas funções neurológicas. Crianças com carência dessa vitamina podem apresentar atraso no crescimento e no desenvolvimento cognitivo. A carne também tem vitamina K, essencial para a coagulação sanguínea, evitando casos de hemorragia, e zinco, que atua no sistema imunológico, minimizando o risco de infecções.

O médico orienta, ainda, que os pais ofereçam às crianças uma alimentação baseada em verduras, legumes, grãos, frango, peixe, frutas e cereais e que o consumo de carne vermelha ocorra até três vezes por semana.

Os outros nutrientes essenciais para o pleno desenvolvimento das crianças, assinala Paulo, são cálcio (leite e produtos derivados do leite, verduras verde-escuras, gergelim, algas, amêndoas, feijão, leguminosas, tofu e ovos); vitamina A (vegetais verdes e amarelos, leite, manteiga, queijo, gema de ovo, fígado, sardinha, mamão, manga e melancia); vitamina C (frutas cítricas) e vitamina D (fígado, ovos, peixes e exposição ao sol).