Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quinta, 28 de Novembro de 2024

Aeroportos devem consumir R$ 34 milhões

28/05/2013
Os aeroportos brasileiros precisarão de muito investimento para suportar o crescimento médio de 10% ao ano no volume de passageiros previstos até 2030. Para isso, somente os 20 maiores terminais aeroportuários do país necessitarão de R$ 24,5 bilhões a R$ 33,6 bilhões em investimentos, nos próximos 17 anos, para ampliação da capacidade instalada. Esse dado faz parte de um estudo coordenado pelo professor da Fundação Getulio Vargas Fernando Mercado e pelo ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Gesner Oliveira, divulgado ontem, em São Paulo, na sede da FGV-SP.
 
O levantamento destaca uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial e mostra que a qualidade dos aeroportos brasileiros está entre as piores do mundo. O país situa-se na 134ª posição em um ranking de 142 nações. “Será necessário investir muito no país para que o Brasil tenha aeroportos adequados”, afirmou Oliveira. “A falta de investimentos compatíveis com o crescimento da demanda gerou gargalos muito grandes, que comprometem a competitividade do país”, completou o professor.
 
Os investimentos nos aeroportos privatizados no ano passado – Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília – somam R$ 19,6 bilhões durante os 25 anos de concessão, excluindo a outorga (aluguel que o concessionário pagará à União). Os próximos da lista a serem concedidos pelo governo à iniciativa privada neste ano – Confins (MG) e Galeão (RJ) – deverão exigir, no mínimo, R$ 11,4 bilhões. A minuta do edital desses dois aeroportos tem publicação prevista para esta semana.
 
O estudo da FGV apresenta dois cases internacionais de privatização aeroportuária. De um lado, o processo australiano, considerado bem-sucedido exatamente pelas limitações impostas pelo governo para evitar participação cruzada; do outro, o exemplo britânico é tido como falho, devido à concentração de dois dos principais mercados do Reino Unido com uma só empresa.
 
As concessões na Austrália se deram a partir de 1997. À época, uma das imposições era que, na privatização dos quatro maiores aeroportos, responsáveis por 80% do tráfego aéreo, a empresa operadora do terminal de Sydney poderia ter somente 15% do capital dos outros três.
 
O processo de privatização dos aeroportos britânicos se iniciou no governo Margaret Thatcher, com a concessão da British Airports Authority (BAA) em 1987. A operadora era responsável por sete dos principais aeroportos do Reino Unido, respondendo por 60% da movimentação de passageiros. Como resultado houve saturação dos terminais e altas tarifas.
 
PUXADINHO A novela do terminal provisório em Confins vai se arrastar por mais tempo. A abertura dos envelopes com as propostas das empresas para fazer a obra, conhecida como puxadinho, foi adiada para o dia 4 de junho. A expectativa é de que os envelopes das nove empresas convidadas pela Infraero fossem abertos ontem, mas duas delas pediram mais prazo à estatal. O puxadinho já teve três licitações fracassadas. Para resolver o impasse, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) determinou que a obra vai ser feita por meio de contratação direta.