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Quarta, 27 de Novembro de 2024

Saúde dos pequenos na balança

13/03/2015
Especialista comenta nova recomendação da Organização Mundial da Saúde para o consumo de açúcar e chef lança livro com receitinhas saudáveis para as crianças
 
Antes considerados problemas de países ricos, o sobrepeso e a obesidade estão em alta nas nações de baixa e média rendas, em especial nas áreas urbanas, conforme estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No mundo todo, já são responsáveis por mais mortes do que a desnutrição.
 
Se até meados do século passado 50% das mortes eram provocadas por doenças infecciosas, hoje elas causam apenas 5% dos óbitos. Já as doenças crônicas — causadas principalmente pelo estilo de vida inadequado — foram responsáveis por 49% dos 35 milhões de falecimentos de 2005, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A previsão é de que, em 2030, as doenças crônicas respondam por 70% do total de mortes.
 
Segundo Dr Fabio Cardoso especialista em medicina preventiva e longevidade a obesidade tem causa multifatorial, envolvendo questões biológicas, econômicas, sociais, políticas e culturais. Mas a principal causa costuma ser o desequilíbrio entre o consumo de alimentos e o gasto de calorias.
 
Segundo a (OMS), nos últimos anos houve um aumento global do consumo de alimentos altamente calóricos e ricos em gordura, sal e açúcar, mas pobres em vitaminas, minerais e outros micronutrientes. Ao mesmo tempo, ocorreu uma queda na atividade física por causa do aumento de atividades laborais de natureza sedentária, mudança nos meios de transporte e aumento da urbanização.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS), anuncia até junho sua nova recomendação para o consumo de açúcar. Em 2002, orientava até 10% do valor calórico ingerido no dia. Agora, orienta somente 5%.
 
Para a entidade, governos precisam restringir a publicidade infantil e elevar impostos sobre produtos ricos em açúcar, como refrigerantes e alimentos processados. Outra medida sugerida é reforçar leis sobre a etiquetagem de produtos para incluir detalhes sobre o volume de açúcar. A OMS pede que governos e indústrias de alimentos negociem uma redução na quantidade de açúcar nos alimentos processados.
 
Esta medida já foi colocada em prática em vários países. Na Finlândia, desde 2011 cobram-se taxas por produtos como doces, chocolates e refrigerantes. Na França, desde 2012 os consumidores pagam mais por bebidas com adição de açúcar e com adoçantes artificiais, enquanto a Hungria aplica desde Setembro de 2011 uma taxa adicional sobre vários produtos considerados nocivos para a saúde, como bebidas energéticas, produtos açucarados pré-embalados e aperitivos salgados.
 
De acordo com o Ministério da Saúde, 46% das crianças de zero a cinco anos de idade que vivem no Brasil consomem biscoitos e refrigerantes diariamente.
 
Ainda segundo Dr Fábio temos evidências sólidas de que manter o consumo de açúcar abaixo de 10% do consumo de energia reduz os riscos de sobrepeso, obesidade e problemas dentários,  e  como disse Francesco Branca, diretor da OMS para Nutrição. "Fazer mudanças em políticas nessas áreas será fundamental se governos quiserem atingir suas metas de redução de doenças não-transmissíveis."
 
No Brasil, tramita na câmara, vários projetos de lei que pelo menos melhoram a informação ao consumidor sobre os produtos que contém alto teor de açúcar, e se procura produzir o mesmo efeito que foi realizado como o cigarro.
 
Parece pequeno, mas para o Dr é um passo importante no processo de conscientizar nossa população sobre o efeito de suas escolhas alimentares sobre a sua saúde.
 
E na nessa corrente de trazer mais saúde aos pequenos, a Chef saudável e funcional Lidiane Barbosa lança história infantil com receitas saudáveis e dicas para nos ajudar nessa alimentação mais limpa e sem neuras, para nossas crianças a em parceria com a escritora Ana Paula Abreu, o livro “Vó Leninha em… O Aniversário de Isabela” (Editora Viajante do Tempo), já está sendo um sucesso.
 
A obra convida o leitor a viajar na companhia da vó (personagem de outro livro infantil de Ana Paula, “O Mistério da Sopa da Vó Leninha”), que organiza uma festinha de aniversário para a neta, Isabela, e se esmera no preparo de deliciosos e saudáveis quitutes. São receitas de salgados como coxinha e esfirra e de doces como bolo e brigadeiro (todos sem o uso de glúten, leite, açúcar refinado e outros alergênicos), assinadas por Lidiane. Ao longo da narração a Vó Leninha também ensina os leitores a cuidar da horta.
 
De cunho didático, a obra explica a importância de se alimentar bem. Nas últimas páginas, o livro traz um glossário mostrando o que são e para que servem os superalimentos, como inhame e linhaça. 
 
Crianças livres para experimentar
 
A chef sugere às famílias incentivarem a alimentação saudável entre as crianças, cozinhando juntos, levando-as para as feiras livres e para os supermercados para que conheçam produtos saudáveis. Defende que os pequenos aprendam a cozinhar seu próprio alimento e a preparar seus bolos para levar para o lanche da escola e a dividir o que aprendem com os amigos. “Além de estimular o convívio familiar, fugimos dos industrializados e, quem sabe, estimulamos um futuro chef de cozinha”.
 
Mais Sobre Chef Lidiane Barbosa:
 
Ela é conhecida por ser mestre na alquimia de transformar qualquer prato em fonte de saúde. Nas redes sociais, suas dicas, vídeos e receitas são a grande sensação entre os que buscam bem-estar investindo em uma boa alimentação. Também ministra cursos, palestras e atua como consultora de restaurantes, já são sete pelo país que levam sua assinatura em seus cardápios.
 
Figura conhecida em publicações nacionais, Lidiane é docente em Gastronomia Funcional em cursos de pós-graduação de nutrição funcional no Rio de Janeiro. 
 
A avó materna de Lidiane foi uma das suas maiores inspirações na cozinha. Observando-a às voltas com as panelas, ela desenvolveu verdadeira paixão pela culinária. “Adorava a cozinha da minha avó, mas sempre tive a preocupação de preparar receitas mais saudáveis, então suprimia alguns ingredientes, trocava outros e assim criava novas possibilidades. Comecei a desenvolver receitas alternativas com nutrientes importantes, sem uso de açúcar refinado e alergênicos”, conta.
 
Lidiane aprimorou seu conhecimento na Espanha e hoje ensina sua arte para milhares de pessoas. O cardápio criado por ela envolve principalmente o uso de biomassa de banana verde (espessante natural de sabor neutro). Também costuma fazer a substituição de farinha de trigo por farinhas de arroz, grão-de-bico, amêndoas, mandioca, féculas de batata e outras. Temperos funcionais também têm vez, a exemplo do açafrão, cardamomo, cúrcuma. O resultado origina receitas tão gostosas quanto as tradicionais, muitas vezes até adaptações de receitas de família, mas muito mais saudáveis.