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Terça, 26 de Novembro de 2024

Mulheres com deficiência fazem sucesso com grupo pop na Austrália

16/12/2014

Annika, Michelle, Jackie, Aimee e Caroline vivem em Adelaide. Conheceram-se em 2010, quando cantaram juntas num coral dirigido pela Tutti, uma organização que apoia artistas com deficiências. A Tutti percebeu nelas o talento e convidou-as para formar um grupo. Agora, as cinco apresentam-se duas ou três vezes por mês, principalmente em conferências.

Michelle, de 25 anos, tem paralisia cerebral e uma ligeira deficiência de aprendizagem. Ela diz que o nome The Sisters of Invention foi escolhido «porque somos como irmãs e apoiamo-nos no palco e fora dele».

«A parte da invenção é porque estamos a tentar mudar a opinião das pessoas sobre as deficiências. Estamos a reinventar as regras», diz Michelle.

A canção de estreia, «This Isn't Disneyland», tem por objetivo mostrar que as jovens são adultas, não mais crianças. «Isto aqui não é a Disneylândia. Eu não sou uma novidade: mais real do que é isto é impossível», diz a letra.

A canção foi escrita como uma resposta irritada a um assistente social que sugeriu que elas só deveriam apresentar-se para crianças em escolas. «Saí da escola há anos, acho que deveria saber», afirma outro excerto da música.

O vídeo do tema reforça a mensagem. Começa com as cinco vestidas como princesas da Disney a segurarem em brinquedos. No final, as asas da Sininho são partidas, o cabelo de Rapunzel é cortado e todos os brinquedos são atirados fora.

«A mensagem é que não queremos ser tratadas como crianças com deficiência», diz Aimee, de 28 anos, que tem síndrome de Williams, uma condição genética que traz, frequentemente, uma afinidade com a música. «Somos apenas pessoas», diz, «antes de sermos pessoas com deficiência».

Annika, de 28 anos, cega e com uma afinação perfeita, diz que as meninas sabiam ser capazes «de muito mais do que o assistente social achava».

Uma canção, «Chaos And Serenity», relembra o tempo em que Annika estava na escola e recebeu mensagens contraditórias sobre as suas habilidades. Os seus pais sabiam que ela poderia ir longe na vida, diz ela, mas a escola não concordava.

Outra faixa, «Tsunami Of Kites», veio dos sentimentos de Jackie, de 25 anos. Ela era próxima de um primo que se matou.

Todas as dez músicas do álbum são baseados em experiências dos elementos da banda e foram escritas pelo grupo nos seus encontros semanais duas vezes na Tutti.

Quando as Sisters tocam, o lado físico das suas deficiências fica mais aparente. Aquelas que têm dificuldades em dançar ou mover-se no palco ficam sentadas.

Embora as decisões criativas sejam feitas em conjunto, o que vestem é uma opção individual.

As jovens têm estado a aprimorar o som e a sua imagem há mais de três anos. Este ano, o grupo começou a fazer sucesso, com as suas músicas disponíveis para download e a agenda cheia.