Casos de violência contra a mulher dobram em cinco anos no DF
Os casos de abusos contra a mulher dobraram nos últimos cinco anos na capital federal, mas nem sempre os números registrados nas unidades de saúde são confirmados pela Secretaria de Segurança.
As estatísticas nem sempre são atualizadas. As mulheres ficam constrangidas de procurar a polícia. O registro de violência sexual é maior nos hospitais.
Em cinco anos, 100% de aumento nos casos de mulheres vítimas de estupro. Os registros foram feitos com base nos atendimentos na rede de saúde pública do Distrito Federal.
Uma mulher que faz parte da estatística foi estuprada dentro do carro do agressor quando chegava para trabalhar, às 5h. Ela procurou atendimento médico e fez a denúncia à polícia. “Não tem que guardar isso. Tem que gritar para o mundo inteiro. Tem que pedir ajuda”, disse.
Mas nem sempre é assim. Tanto que os registros nas delegacias, também em cinco anos, aumentaram 40%. As estatísticas do Distrito Federal mostram também que, de cada 10 estupros, oito têm como agressor um conhecido da vítima: parente, amigo, vizinho.
Por isso, para evitar a exposição de uma relação de violência com alguém próximo, a pessoa prefere não denunciar.
Vítima de estupro não precisa apresentar boletim de ocorrência para ser recebida na rede pública. A lei prevê atendimento, inclusive psicológico, e pílula do dia seguinte para evitar gravidez, ainda exames e tratamentos para prevenir Aids, Hepatite B e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Mas o promotor Thiago Pierobom alerta sobre a importância da vítima ou da família procurar a polícia: “Hoje ela foi a vítima. Amanhã pode ser uma outra mulher. Então, se ela não colaborar com a segurança pública no sentido de trazer essa informação e colaborar com o reconhecimento e com a produção de prova contra a pessoa que praticou um crime grave, hediondo, como é o crime de estupro, é possível que outras mulheres sejam vulneráveis a sofrer esse crime também”.