Programa leva informações sobre diabetes para escolas
Segundo o representante do IDF, David Chaney, a ação será desenvolvida no Brasil e na Índia, países cujo número de novos casos da doença está em alta nos últimos anos. Por aqui, são cerca de 5.000 diagnósticos de diabetes anualmente, sendo que entre 5% e 10% correspondem a crianças.
O tipo de diabetes que geralmente acomete os pequenos é o 1, causado pela pouca produção de insulina pelo pâncreas. Já o tipo 2 ocorre mais em adultos e está associado à obesidade e ao sedentarismo.
Na prática, o programa consiste em formação de uma hora e meia para educadores e de 45 minutos para crianças, com material didático adaptado para cada faixa etária. “Queremos também acabar com os preconceitos dentro das escolas”, diz o presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), Valter Minicucci. Outra proposta é que os profissionais saibam reconhecer quando o aluno está passando mal e o que fazer em cada caso.
PARTICIPAÇÃO
As unidades de ensino interessadas têm até outubro para procurar a ADJ e pleitear ingresso no projeto. Serão levados em conta para a seleção das escolas os seguintes critérios: ter entre 700 e 1.000 alunos, sendo pelo menos dois com Diabetes Mellitus do tipo 1 e participação da família.
Tendo em vista a impossibilidade de atingir todas as unidades de ensino, os órgãos de Saúde disponibilizarão material didático gratuito em seus portais para que possa ser utilizado em sala de aula, bem como aplicativo que garanta suporte ao conteúdo para os educadores.
Prefeituras destacam ações para identificar e prevenir doença
Quatro das sete cidades da região destacaram ações voltadas a prevenção, identificação e encaminhamento de crianças com diabetes na rede municipal de ensino.
Santo André conta com 45 alunos com a doença. A administração destacou que a identificação e o combate à obesidade infantil fazem parte da consulta pediátrica, realizada na rede básica de Saúde, e que nas creches a equipe médica promove palestras e atividades reforçando a importância da nutrição adequada.
Em relação à merenda escolar, a Prefeitura informou que as crianças que chegam à rede com o problema, mediante apresentação de atestado médico ou de nutricionista, recebem merenda específica.
Ribeirão Pires destacou que tem oito alunos com diabetes e realiza avaliação nutricional nas escolas de Educação Infantil com o objetivo de prevenir a obesidade.
São Caetano mantém o Programa Saúde Escolar, em que equipes específicas avaliam os estudantes para identificar possíveis enfermidades, entre elas a diabetes. O trabalho também é feito nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município.
Em São Bernardo, a prevenção e o diagnóstico são realizados dentro das atividades desenvolvidas pelo PSE (Programa Saúde na Escola), parceria entre os ministérios da Saúde e Educação. Após passar pelos exames médicos, o estudante que precisar de tratamento ou com tendência a desenvolver a doença é encaminhado para a UBS da sua região ou para a atenção especializada.
Na Educação, os cardápios foram reformulados recentemente, com diminuição da quantidade de açúcar, além da realização de treinamentos periódicos com as merendeiras. Todos os alunos estão passando por avaliação nutricional (antropometria) como forma de prevenir futuras doenças crônicas, em especial a diabetes.
Os demais municípios não forneceram as informações solicitadas.