Como a imagem da mulher brasileira é apresentada durante a Copa?
O programa Amazônia Brasileira recebe, nessa quarta-feira (18), a advogada Luana Natielly, feminista na Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), que fala aos ouvintes da Rádio Nacional da Amazônia como a imagem da mulher, principalmente a brasileira, é apresentada aos turistas que estão chegando no Brasil para os jogos da Copa do Mundo, e se esta imagem pode ocasionar um maior índice de violência sexual às mulheres no país durante o mundial.
A advogada fala da cobertura que está sendo feita da Copa e alerta para o forte machismo presente no discurso da mídia em relação às mulheres. Nas reportagens, o foco é, na maior parte das vezes, a beleza da mulher brasileira, o que reforça o esteriótipo delas como objeto de consumo. Para Luana, a grande imprensa fez uma escolha em não dar voz às mulheres como comentaristas nas discussões sobre futebol e sobre a Copa do Mundo como um todo.
Cidades-sede dos jogos da Copa como Fortaleza, Natal e Salvador estão no topo da lista nas rotas de tráfico de mulheres. O Brasil está recebendo 600 mil turistas estrangeiros para acompanhar o mundial. Para Luana é muito preocupante aliar uma cobertura machista da mídia, que coloca a mulher brasileira apenas como bonita e não como um ser pensante; uma publicidade que fortalece o imaginário da mulher como objeto sexual e esse conjunto de turistas estrangeiros que estão vindo para o país. Para a advogada, essa mistura coloca as mulheres em situação de vulnerabilidade.
Luana nos conta ainda de que maneira as mulheres brasileiras podem aproveitar a Copa do Mundo para se colocar e ocupar outros espaços, ampliando a discussão e fortalecendo a luta contra o machismo.
O programa Amazônia Brasileira vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir das 08h naRádio Nacional da Amazônia, em rede com a Rádio Nacional do Alto Solimões, onde é transmitido ao vivo às 05h. A apresentação é de Beth Begonha.