Sudanesa libertada ontem volta a ser presa hoje
Meriam Ibrahim estava no aeroporto de Cartum, capital do Sudão, pronta para sair do país para os Estados Unidos com o seu marido, de origem americana, Daniel Wani, quando ambos foram detidos e encaminhados para uma delegação do Serviço Nacional de Informação e Segurança, disse à AFP alguém próximo de Meriam. A BBC dava conta de forças de segurança compostas por cerca de 40 agentes envolvidos na detenção.
Não é ainda conhecida informação relativa aos dois filhos do casal, que viviam na prisão de Cartum com a mãe: um deles com cerca de um ano e a outra, que nasceu na prisão, com menos de um mês.
Meriam Ibrahim foi detida em fevereiro, acusada de apostasia por renunciar à religião do seu país, o Islão, e por adultério, por estar casada com um cristão. Em maio, foi condenada à morte por apostasia e a 100 chicotadas por adultério. Também em maio, Meriam viria a dar à luz na prisão de Cartum.
O Sudão, cuja justiça é regida pela lei islâmica (sharia), foi criticado pelas organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, entre as quais a Amnistia Internacional que, ao longo de todo o processo, condenou de forma acérrima a conduta da justiça sudanesa.