Mulheres portuguesas são das que vivem mais
Portugal está entre os 10 países do mundo, onde a esperança média de vida das mulheres à nascença é mais elevada, segundo um relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), que destaca as melhorias alcançadas em 22 anos.
Segundo o relatório Estatísticas Mundiais de Saúde, hoje divulgado, Portugal ocupa o 10.º lugar do "ranking" dos países em que as mulheres têm maior longevidade, que é liderado pelo Japão, com uma esperança de vida de 87 anos, seguido da Espanha, da Suíça e Singapura (85,1 anos).
A Itália ocupa o quinto lugar da lista, com uma esperança de vida de 85 anos, seguida da França (84,9 anos), Austrália (84,6 anos), Coreia do Sul (84,6 anos), Luxemburgo (84,1 anos) e Portugal (84 anos).
O relatório faz a evolução da esperança média de vida à nascença dos homens e das mulheres entre 1990 e 2012, que aumentou sete anos para os portugueses, passando de 74 para 81 anos. Os dados revelam que a longevidade dos homens portugueses passou de 71 para 77 anos e das mulheres de 78 para 84 anos.
A OMS sublinha que, em todo o mundo, «as mulheres vivem mais que os homens», sendo que nos países desenvolvidos essa diferença é de seis anos e nos menos desenvolvidos é de três anos.
Relativamente aos homens, Portugal não consta no «ranking», que é liderado pela Islândia, com uma esperança média de vida à nascença de 81,2 anos, seguida da suíça (80,7 anos) e da Austrália (80,5 anos). Em Israel, Singapura, Nova Zelândia e Itália, os homens vivem em média até aos 80,2 anos, enquanto no Japão e na Suécia a esperança é de 80 anos e no Luxemburgo de 79,7 anos.
Na apresentação do relatório, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que «uma razão importante que justifica que a esperança de vida global tenha aumentado tanto» é o facto estarem «a morrer menos crianças antes do seu quinto aniversário».
Contudo, a OMS alertou que ainda prevalece uma grande divisão entre países pobres e ricos: «As pessoas de países com rendimentos elevados continuam a ter muito mais probabilidades de ter uma vida longa do que as pessoas em países com baixos rendimentos», explicou.
Um rapaz nascido em 2012 num país desenvolvido pode viver até aos 76 anos, mais 16 anos do que um rapaz que nasça num país menos desenvolvido.
Nas mulheres, a diferença ainda é maior, de 19 anos, uma vez que nos países mais riscos a esperança estimada é de 82 anos e nos mais pobres de 63.
«Nos países desenvolvidos, muito do ganho na esperança de vida deve-se ao sucesso em lidar com doenças não transmissíveis», disse o diretor do departamento de estatísticas de saúde e de sistemas de informação da OMS, Ties Boerma.
Ties Boerma observou que «há menos homens e mulheres a morrer antes dos 60 anos devido a doenças cardíacas ou acidente vascular-cerebral».
Esperança de vida aumentou nove anos
Os dados OMS revelam ainda que a esperança de vida aumentou nos países menos desenvolvidos entre 1990 e 2012, com um crescimento de nove anos, em média.
Segundo o relatório, a Libéria foi o país que registou o maior aumento desde o início da década de 1990 (20 anos, dos 42 para 62 anos em 2012), seguida da Etiópia (de 45 para 64 anos), Maldivas (dos 58 para os 77 anos) e Camboja (de 54 para 72 anos).
A OMS destaca ainda Timor-Leste, onde a esperança média de vida subiu dos 50 para os 66 anos, e ainda o Ruanda, dos 48 para os 65 anos.
De uma forma geral, a esperança média de vida aumentou seis anos em todo o Mundo: uma rapariga nascida em 2012 pode viver até aos 73 anos e um rapaz até aos 68.
Quanto aos homens nascidos em 2012, os islandeses são os que vivem mais (81,2 anos), surgindo a Suíça em segundo lugar (80,7 anos) e depois a Austrália (80,5 anos). Em Israel, Singapura, Nova Zelândia e Itália, os rapazes podem esperar viver até aos 80,2 anos, enquanto no Japão e na Suécia a esperança é de 80 anos. Por fim, o Luxemburgo tinha, em 2012, uma esperança média de vida para os homens de 79,7 anos.