Brasil duas doses acima do mundo
O consumo de bebidas alcoólicas no Brasil supera a média mundial. Segundo Relatório Global sobre o Álcool e a Saúde 2014, da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto no mundo o consumo médio, entre 2008 e 2010, ficou em 6,2 litros por pessoa, no Brasil, no mesmo período, foram consumidos, em média, 8,7 litros de álcool por ano, uma diferença de 28,7%. A pesquisa tem como alvo o público maior de 15 anos.
No Brasil, porém, a cerveja – de menor teor alcóolico do que os destilados, por exemplo – representa 60% do consumo de álcool. Ainda segundo o estudo, os homens bebem três vezes mais do que as mulheres. Ao longo de três anos, eles ingeriram, em média, 13,6 litros de álcool por ano, contra 4,2 litros delas.
Em 2010, enquanto os casos de abuso de álcool chegaram a 11,1% entre as mulheres que bebem, eles atingiram 30% entre os homens.
Segundo a OMS, o brasileiro perde, em média, cinco anos de vida devido ao consumo de bebidas alcoólicas.
O estudo aponta que, em 2012, cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram em todo o mundo, em consequência do consumo exacerbado de álcool. O número equivale a 5,9% de todas as mortes do período, segundo a OMS.
A proporção de mortes associadas ao álcool supera a mortalidade por Aids (2,8%), por violência (0,9%) e por tuberculose (1,7%).
A Europa é a região com maior consumo per capita de bebidas alcoólicas do mundo: quase 11 litros por ano, em média.
O relatório informa também que o nível de consumo tem se mantido estável nos últimos cinco anos na Europa, na África e nas Américas, mas tem aumentado no Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental.
“Precisamos fazer mais para proteger as populações das consequências negativas do consumo de álcool para a saúde”, defendeu o diretor-geral adjunto da OMS para as Doenças Não Transmissíveis e a Saúde Mental, Oleg Chestnov.