Mulher: protagonista do seu próprio mundo
As mulheres foram, por muito tempo, discriminadas e tidas como incapazes de ocupar cargos relevantes. Mas essa imagem negativa vem, a cada dia, caindo por terra. No Piauí já se pode perceber que esse cenário vem mudando e as mulheres ocupam cargos relevantes e de comando em diversas instituições públicas e empresas privadas.
Na área da política, a economista, mestre em educação pela Universidade Federal do Piauí e vereadora Rozário Bezerra, observa que o papel da mulher nos últimos dez anos tem crescido. “Primeiro a mulher se qualificou, foi ao mercado de trabalho e começou a participar de todos os setores da sociedade. Hoje, por exemplo, são mais de 30% chefe de família, ou seja, garante a renda familiar. É maioria no ensino superior e também está começando a participar mais da política. A partir do momento que foi aprovada a lei que, em toda eleição, 30% das vagas tem que ser das mulheres, isso serviu de incentivo para que elas pudessem participar mais ativamente da política. A participação da mulher tem que ser provocada porque ela foi educada para cuidar do lar, dos filhos. E agora ela está começando a entender que tem que ser protagonista do seu espaço”.
A Coordenadoria de Direitos da Mulher e as Procuradorias da Mulher da Câmara e do Senado Federal lançaram, em novembro de 2013, uma campanha de incentivo à filiação partidária de mulheres. Com o lema “Mulher, tome partido. Filie-se”, a campanha tem o objetivo de aumentar em 20% o número de mulheres filiadas a partidos políticos, além de ampliar a representação da bancada feminina na Câmara e no Senado no próximo ano.
Na última eleição houve um aumento na quantidade de mulheres na política. “De três vereadoras, passamos para seis. Na Assembleia Legislativa, nós também temos sete deputadas. Mas não basta ser mulher, tem que apresentar projetos que interfiram positivamente na sociedade. E, também, se você olha para os movimentos, as redes sociais, a rede de enfrentamento de combate a violência, as mulheres estão muito mais mobilizadas” Rozário Bezerra.
A mulher no Brasil ainda ocupa poucos cargos de comando, principalmente em órgãos públicos. Isso pode ser resultado da eleição de prioridades que cada mulher faz sobre a sua vida. Muitas ainda podem preferir dar prioridade à família. Mas esse perfil de mulher tem mudado quando ela começou a se qualificar e entrou ativamente no mercado de trabalho.
O desejo de crescer não é só representado por mulheres que fazem parte de instituições públicas. De acordo com o estudo publicado no fim do ano passado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o empreendedorismo feminino cresceu 21,4% no período de dez anos, de 2001 a 2011.
Ainda segundo essa pesquisa, a mulher empreendedora é mais atenciosa com seus clientes, investe mais em capacitação, concilia melhor suas atividades pessoais e profissionais, geralmente, é mais detalhista, sensitiva e intuitiva, características que podem contribuir para a gestão do negócio e consegue aliar as características de coragem, iniciativa e determinação, com a sensibilidade, intuição e cooperação.
“Sou formada em design de interiores no Rio de Janeiro. Trabalhei dez anos como design e foi a partir daí que resolvi ampliar meus horizontes, procurar coisas novas. Gosto sempre de mudar, de aprender, de crescer. É algo completamente diferente da minha formação. E foi isso que me instigou a abrir esse novo comércio”, conta a empresária Mariana Parente que resolveu investir no ramo de dermocosméticos em Teresina.
Após fazer uma pesquisa de mercado e constatar que o dermocosmético ainda não havia chegado à capital piauiense e por já fazer uso do produto há 15 anos, Mariana viu aí a oportunidade de conquistar um mercado novo e já faz planos para o futuro. “Existem outras [empresas] brasileiras que são concorrentes de dermocosmético, mas que não tem aqui em Teresina. Então, percebi a oportunidade de fixar uma marca no gosto dos teresinenses O objetivo agora é abrir uma segunda loja até o ano que vem. Conquistar o mercado para quando a concorrência chegar, meu empreendimento já estar plantado, com as raízes bem profundas, fixado para quando se pensar em produto de beleza, em dermocosmético, lembrar da Dermage”.