Aumento no número de casos de dengue lota hospital em Osasco
O número de casos de dengue quase quadruplicou em três semanas, em Osasco, na Grande São Paulo, como mostrou o Bom Dia São Paulo nesta segunda-feira (7). O número saltou de 80 para 312. No Pronto-Socorro do Hospital Antonio Giglio, a reportagem encontrou muitos pacientes com suspeita da doença.
Imagens feitas com um celular registrou pacientes na fila do exame de sangue, para confirmar se está com dengue. Os relatos dos sintomas são sempre muito parecidos: dor, febre alta. Todos contaram à reportagem ter vizinhos e parentes com as mesmas queixas.
Uma paciente, que mora no bairro de Presidente Altino, disse conhecer cerca de 10 pessoas que tiveram a doença.
As prefeituras capital paulista e de Osasco prometeram ação conjunta de combate à dengue entre 9h e 16h desta segunda. Cerca de 40 agentes baterão de porta em porta para observar possíveis focos. Eles farão o trabalho de nebulização para combater o mosquito. Cinco máquinas serão usadas para espalhar o veneno.
A cidade de Osasco é vizinha da Zona Oeste da capital paulista- região onde se registrou o maior número de casos de dengue. Nos bairros Rio Pequeno, no Jaguaré e na Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, mais de 400 quatrocentas pessoas ficaram doentes. Desde janeiro, foram confirmados 1,1 mil casos de dengue na capital paulista.
O enfermeiro Jorge Viveiros acompanhava o filho no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, no Butantã. Essa foi a quarta vez, em menos de um mês, que ele vinha ao hospital. Primeiro, ele descobriu que estava com dengue. Agora era o filho dele que apresentava com os mesmos sintomas da doença. Em um raio de 50 metros de sua casa, ele disse que 10 tiveram dengue.
Capital
De acordo com o secretário municipal de saúde de São Paulo, José de Fillipi Jr., a falta de chuvas "atrasou" em duas ou três semanas o aparecimento do mosquito e por isso, com as precipitações registradas em março, os casos aumentaram. De acordo com ele, o pico que deveria ter ocorrido no mês passado será verificado em abril.
Segundo o secretário, apenas na semana passada os casos na capital paulista aumentaram de 750 para 1 mil.
Três distritos paulistanos apresentam índice de ocorrência da doença acima da média, todos na Zona Oeste. No Jaguaré, o índice de 417,1 é considerado alto. Na Lapa, o índice é médio: 170,4. Já em Rio Pequeno, o índice de 96,2 está no limite para médio.
Segundo a Prefeitura, de 0 a 100 casos por 100 mil habitantes é um índice que mostra baixa incidência. De 100 a 300 casos por 100 mil habitantes mostra média incidência. Já acima de 300 casos, alta incidência.
Até o momento, foram notificados 1.166 casos de dengue no ano, de acordo com a Prefeitura. A administração municipal ressaltou que a taxa de indicência, de 10,4 casos para cada 100 mil habitantes, é considerada baixa pelo Ministério da Saúde. Durante todo o ano de 2013, foram registrados 2.617 casos.
Medidas
Segundo a Prefeitura, a Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS) da região da Lapa e do Jaguaré realizou 230 bloqueios de criadouros. Cada bloqueio equivale a em média nove quarteirões e 500 imóveis, segundo a Prefeitura. Três operações Cata-Bagulho também foram realizadas para retirada de lixo que possa acumular água e outros 224 bloqueios de nebulização (aparelho costal) foram feitos.
Durante as ações promovidas pelas Prefeituras, as equipes distribuem toucas para caixa d'água. As toucas são uma tela fina que não permite a passagem de mosquitos e podem ser usadas como tampa provisória.