Amiga lamenta morte de advogada baleada em Goiás: 'Sonhava ser juíza
Amigos e familiares passaram a madrugada desta terça-feira (18) acompanhando o velório da advogada Camila Pereira Souza Coelho, de 24 anos, em Mineiros, região sudoeste de Goiás. O enterro está previsto para esta manhã. A morte da jovem, que se formou em Direito no ano passado, interrompeu o início da trajetória profissional. "Ela tinha acabado de abrir o escritório e estava empolgada com a carreira. Ela sonhava em ser juíza", revela ao G1 a empresária Simone Resende Peixoto, amiga de Camila.
A advogada morreu na madrugada de segunda-feira (17). Ela havia acabado de sair do velório de um tio quando foi abordada por três homens. Camila foi encontrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) baleada no porta-malas do seu carro, quando passava pela BR-364. Antes da abordagem, houve um tiroteio entre os criminosos e os agentes.
Simone afirmou que viu a amiga pela última vez no sábado (15). "Ela veio junto com os avós em uma festinha de criança aqui em casa. Como sempre, ela estava muito bonita e bem vestida. Ela também estava muito ansiosa com o escritório que tinha acabado de montar. Queira fazer tudo lá, até limpar", conta.
Para a amiga, o fato de Camila estar sozinha no carro quando foi abordada foi uma "infeliz fatalidade", pois na maioria das vezes ela andava sempre acompanhada.
A empresária conta que Camila era muito apegada à família. Com exceção dos pais, que vivem no Tocantins e em São Paulo, todos os seus parentes moravam em Mineiros. "Tem os avós, tios e uns 17 primos, com quem ela sempre estava. Tem uma prima dela de 15 anos que sonha em fazer medicina e ela [Camila] dizia que iria ajudá-la no que fosse preciso", recorda Simone.
Tristeza
Camila e o irmão, de 27 anos, moravam com os avós maternos desde pequenos. A família lamentou a morte. "Ontem [domingo] estávamos no velório do meu pai e no dia seguinte, estamos aqui velando outro ente querido", lamenta Max Casagrande, primo de Camila e filho do tio da jovem, o qual ela tinha ido no velório na noite anterior.
Após se formar em Direito no ano passado, Camila tinha montado um escritório de advocacia para começar a trabalhar. Ela inclusive já havia sido aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Tiroteio
De acordo com informações da Polícia Civil, por volta de 1h, a vítima foi abordada por três criminosos. Camila foi colocada dentro do porta-malas e os assaltantes fugiram com ela e o veículo.
Na BR-364, policiais rodoviários avistaram o carro em alta velocidade. Segundo a PRF informou à Polícia Civil, ao notarem a presença da polícia, os criminosos efetuaram disparos em direção aos agentes, que revidaram.
Após perseguição e troca de tiros, os assaltantes abandonaram o veículo e entraram em uma mata, já dentro da cidade. Ao abrirem o porta-malas do carro, os agentes encontraram a jovem baleada, mas ainda com vida. Ela foi socorrida e encaminhada ao hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Um dos suspeitos, baleado na perna durante a troca de tiros, acabou se entregando. Ele foi detido e encaminhado ao hospital. No domingo (17), a polícia conseguiu prender outro envolvido no crime em um bairro da periferia da cidade. Agora, somente um dos criminosos está foragido.
Investigação
Segundo a delegada que investiga o caso, Edilaine Moreira dos Santos, há marcas de tiros tanto no veículo de Camila, quanto no da PRF. A polícia investiga de quem partiu o tiro que matou a jovem. “Pode ter sido disparado tanto pelos criminosos que estavam dentro, quanto pelo pessoal da PRF. Pode ter saído de dentro do veículo, ou de fora”, afirma.
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal em Goiás informou que será feita uma perícia no local para saber de onde saiu o tiro que matou a advogada. A nota afirma ainda que a Corregedoria da PRF está acompanhando as investigações para apurar a ação dos policiais na abordagem.
Conforme explica Edilaine, os agentes afirmaram que não sabiam que a jovem estava no porta-malas quando efetuaram os disparos. “Eles [os criminosos] foram abordados porque estavam em alta velocidade, até então os agentes não sabiam que se tratava de um roubo e nem que havia uma pessoa ali”, afirma a delegada.