Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Segunda, 25 de Novembro de 2024

Parabéns mulheres, vocês são guerreiras e livres!

07/03/2014

Desde 1910, no dia 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, em homenagem a, aproximadamente, 130 tecelãs que foram trancadas dentro de uma fábrica situada na cidade norte americana de Nova Iorque onde se concentravam para reivindicar melhores condições de trabalho, tais como: redução na carga diária de trabalho, entre outros direitos. A fábrica foi incendiada e elas morreram carbonizadas. Um ato totalmente desumano, que provocou discussões e debates no mundo inteiro sobre o preconceito, a desvalorização da mulher e suas desvantagens na carreira profissional em relação ao sexo masculino.

Desde então, as mulheres conquistaram legislações específicas que as amparam em diferentes espaços sociais, políticos, econômicos e culturais, jamais sonhados por aquelas pobres tecelãs, entre outras vítimas de uma sociedade machista. No que diz respeito ao Brasil, por exemplo, os espaços ocupados pelas mulheres foram os mais diversos: em 1822, Maria Leopoldina Josefa Carolina, arquiduquesa da Áustria e imperatriz do Brasil teve papel fundamental no processo da proclamação da independência do Brasil. A compositora Chiquinha Gonzaga, corajosa e destemida, enfrentando todo e qualquer preconceito foi a primeira mulher no Brasil a estar à frente de uma orquestra, em 1885. Em 1887, formou-se a primeira médica no Brasil: Rita Lobato Velho. Em 1910, em plena República Oligárquica, a professora Deolinda Daltro funda o Partido Republicano Feminino e lidera uma passeata exigindo a extensão do voto às mulheres. Em 1933, dos 214 deputados, apenas uma mulher: Carlota Pereira de Queiroz. Em 1948, depois de 12 anos, pela primeira vez que o Brasil conta com a presença feminina em sua delegação nas olimpíadas de Londres: 11 mulheres e 68 homens. Em 1979, Eunice Michilles, então representante do PSD/AM, torna-se a primeira mulher a ocupar o cargo de senadora, mas por falecimento da titular da vaga. Em 1980, surgem os centros de defesa para coibir a violência contra a mulher com o lema: “Quem ama não mata”.

Em 1983, surgem os primeiros conselhos estaduais da condição feminina para traçar políticas públicas para as mulheres e, em 1985, a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher. Em 1988, movimentos feministas e 26 deputadas federais constituintes obtêm importantes avanços na Constituição Federal, garantindo igualdade a direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a lei.
Em 1990, é eleita a primeira mulher para o cargo de senadora: Júnia Marise, do PDT/MG e Zélia Cardoso de Mello é a primeira mulher a assumir o cargo de Ministra (da Economia) no Brasil, enquanto Roseana Sarney assume o cargo de governadora do estado do Maranhão, em 1994.

A primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras foi a escritora Nélida Piñon (1996). Logo a seguir, em 1998, a senadora Benedita da Silva passa a presidir a sessão do Congresso Nacional, é a primeira mulher a ocupar este cargo em toda a história. Em 2003, Marina Silva (PT) do Acre, assume o Ministério do Meio Ambiente e, em 2010, pela primeira vez, o Brasil elege uma mulher para presidente: Dilma Rousseff.

Mas nem só de grandes nomes se faz a história das mulheres em nosso país. Há milhões de Marias, Joaquinas, Berenices, Joanas, Anacletas, Silvias, Beneditas, entre outras, que lavam, passam, cozinham, vendem doces, produtos de beleza, sapatos, roupas, bijuterias, sobem ladeiras e ladeiras todos os dias, cuidam de suas casas e filhos e ainda da casa e filhos de outras famílias; milhões de professoras que dão aulas em duas ou três escolas; dentistas; médicas; garis; merendeiras, enfim, mães, esposas, companheiras, filhas, irmãs e/ou avós que lutam diariamente para sobreviverem com dignidade.

Apesar de tudo o que foi dito, na prática, muitas mulheres ainda sofrem os males decorrentes da discriminação, do preconceito e da violência, sobretudo da violência doméstica. Muitas ainda vivem sob a ameaça de homens covardes que as violentam física e mentalmente. Elas sabem que, hoje, contam com o amparo da Lei Maria da Penha, mas ainda têm muito medo ou vergonha de denunciar e é assim que muitas sucumbem, ou seja, acabam perdendo a vida, literalmente, ou vivendo como zumbis, à mercê da covardia de quem se sente ameaçado por uma força que só a mulher tem: a força do amor, da perspicácia, do romantismo, da criatividade e do jogo de cintura diante da vida.

A estas mulheres quero deixar meu recado: ACORDEM, não permitam que um idiota qualquer tire sua liberdade, que impeça “o seu voo”. Você pode muito mais do que imagina. Ouse e verá!

Às demais, que já sabem disso, PARABÉNS GUERREIRAS. Sigam em frente, porque o mundo é pequeno demais para nós!