Primeira-dama de Cuiabá já encontrou doador de rim
A primeira-dama de Cuiabá, Virgínia Mendes, já tem um doador de rim e espera fazer o transplante nas próximas semanas.
Vítima de uma doença renal crônica, ela retirou os rins na terça-feira (18), em São Paulo.
Segundo apurou a reportagem, antes de se internar no Hospital Albert Einstein, todos os detalhes relacionados ao doador já haviam sido acertados.
Nos últimos meses, a pessoa passou por vários exames, que confirmaram a compatibilidade e as condições de saúde favoráveis para o transplante.
A família do prefeito Mauro Mendes (PSB) evita falar a respeito, até para preservar a identidade do doador - ou doadora.
"No momento certo, os detalhes serão revelados à imprensa", disse uma fonte, próxima da família.
Segundo ela, todos os trâmites de ordem ética e legal estão sendo cumpridos.
Após a cirurgia para a retirada dos órgãos, Virgínia permanece em observação, em uma unidade de terapia intensiva.
A partir de agora, ela se submeterá à hemodiálise (filtragem do sangue por meio de máquina), que substitui a função do rins. O tratamento também é preparatório para o transplante.
Etapas
Segundo o médico nefrologista Luiz Guilherme Baster Figueiredo, que atua em Cuiabá, a cirurgia de retirada dos rins de Virginia tem reflexo no processo de transplante do órgão.
“Se o processo cirúrgico foi tranquilo, com um corte pequeno, sem sinais de infecção, provavelmente, o transplante será feito em um tempo curto. É impossível precisar, sem ter detalhes da cirurgia da primeira-dama, qual é exatamente esse prazo”, afirmou.
Enquanto espera o transplante, Virginia deverá continuar fazendo rotineiramente a hemodiálise.
De acordo com Figueiredo, quando a operação for programada e os exames, tanto do doador como do receptor, estiverem aprovados pela equipe médica indicando compatibilidade, serão programadas duas salas de cirurgia.
“Em uma ficará Virginia e, na outra, o doador. Assim que o rim do doador for retirado, o órgão passará por um processo de lavagem, em uma solução, e rapidamente, cerca de cinco minutos, o rim será implantado na paciente”,
Após o transplante, a primeira-dama deverá ser encaminhada para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para observação, assim como ocorreu ao ter os órgãos retirados.
Assim que receber o rim, Virginia começa imediatamente a tomar medicamentos para evitar a rejeição.
Segundo Figueiredo, atualmente, com os avanços da medicina, o nível de rejeição é bem menor que há dez anos, por exemplo. Os remédios, no entanto, farão parte da rotina dela para sempre.
“Eu não posso dizer que o risco do ato cirúrgico e a rejeição são inexistentes, mas sim relativos. Assim como a vida útil do órgão. Se um paciente transplantou aos 50 anos e viveu até os 70 anos, foi um ótimo resultado. Se um jovem de 20 anos recebeu o órgão e, aos 35 anos, ele começou a apresentar falhas, não foi um sucesso. Por isso, é relativo”, afirmou.
O médico também observou que o transplante é apenas uma alternativa de tratamento, e não a cura da doença.
“Assim como existe a hemodiálise, o transplante de rins é um tratamento, que vai requerer cuidados rotineiros. Obviamente, a primeira-dama terá mais qualidade de vida. Tenho paciente que frequenta normalmente aulas na faculdade ou ainda outro que dirige caminhão. Ela poderá ter vida social, mas é preciso se atentar com alimentação, pressão e outras doenças, caso tenha, como diabetes”, completou Figueiredo.