Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Segunda, 25 de Novembro de 2024

Vacina contra HPV vai atingir 15 mil em Ribeirão

03/02/2014

Karina Moreno Fiumare, 36 anos, quer ver a filha imunizada contra o vilão do câncer do colo de útero. A dona de casa se informou do perigo e vai levar Maria Júlia, de 11 anos, para se vacinar contra o Papiloma Vírus Humano (HPV).

A vacina foi incluída pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no calendário público e começa a ser distribuída a partir de 10 de março, inicialmente para meninas entre 11 e 13 anos.

O objetivo da vacina é reduzir a circulação do HPV, vírus transmitido no contato sexual e ligado à quase totalidade dos casos de câncer do colo de útero. A eficácia da vacina é estimada em 98,8% contra esse tipo de câncer o terceiro mais frequente na população feminina brasileira.
 
“Com certeza vou levar minha filha. Eu acho que os jovens estão iniciando a vida sexual cada vez mais cedo e, mesmo existindo diálogo e informação, muitos ainda dispensam a prevenção e ficam correndo risco. Se existe a vacina para prevenir e, ainda, gratuita, é uma obrigação dos pais levarem as filhas para vacinar”, fala. 
 
A menina teme um pouco a agulha, mas diz que a mãe já explicou para o que serve a vacina. “Não gosto muito de injeção, mas minha mãe explicou e tem que tomar”, fala Maria Júlia.
 
Em Ribeirão Preto, a meta é vacinar 15 mil meninas até 10 de abril, época de campanha intensificada. Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de nove a 11 anos e, a partir de 2016, fica restrita às meninas de nove anos. 
 
Segundo a enfermeira Larissa Gerin, coordenadora do Programa de Imunização da secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, a vacina é composta por três doses. Ela destaca a importância da prevenção.
 
“A segunda dose será aplicada seis meses após a primeira e a terceira, cinco anos depois. É muito importante a prevenção, porque em 95% dos casos de câncer de colo de útero, o HPV é o causador. No entanto, é importante destacar que a vacina não elimina a necessidade do uso de preservativo durante a relação sexual, nem da realização do exame papanicolau”, explica Larissa.
 
Sertãozinho deverá vacinar 2,5 mil meninas
No município de Sertãozinho, a expectativa é vacinar 2,5 mil meninas durante a campanha intensificada. 
 
Neste período, além da imunização que será feita nas sete salas de vacina da rede pública municipal, a Vigilância Epidemiológica pretende vacinar as pré-adolescentes nas escolas, tanto as que integram a rede pública como as que fazem parte do ensino particular, de acordo com a coordenadora da Vigilância, Ana Paula Santos.
 
“Optamos pela parceria com a secretaria municipal da Educação porque consideramos uma maneira mais eficaz de atingir essas meninas. É importante a conscientização dos pais sobre a importância da vacina, já que ela só será aplicada mediante autorização por escrito dos responsáveis”, disse a coordenadora.
 
Ana Paula acrescentou  que até a segunda dose será possível manter a aplicação nas escolas. No entanto, a partir da terceira, cinco anos depois, a aplicação deverá ser feita nas salas de vacinação.
 
Ministério lança campanha em março
O Ministério da Saúde vai lançar, no início de março, uma forte campanha sobre a vacina do HPV, a ser veiculada em TV, rádio, revistas, jornais, mobiliário urbano, cartazes, folders e internet. 
 
O mote da campanha, em tons de rosa, é: “Cada menina tem um jeito, mas todas precisam de proteção”. 
 
Em setembro, época da segunda dose da vacina, o governo deve soltar uma outra campanha nos meios de comunicação. 
 
Para garantir o respaldo a uma vacina que envolve a sexualidade adolescente, o ministério conversou entidades religiosas.