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Segunda, 25 de Novembro de 2024

Cafeína pode ajudar a memória

16/01/2014

Muitas pessoas normalmente precisam de uma xícara de café para começar bem a manhã, mas de acordo com um recente estudo publicado pelo Nature Neuroscience Journal, a cafeína também pode ajudar a melhorar sua memória. 

Num experimento realizado por Michael Yassa, ex-professor assistente de ciências psicológicas e cerebrais da Johns Hopkins University, e sua equipe, um copo de café forte, ou 200 miligramas de cafeína, servem para melhorar a memória a longo prazo. 

"Tenho sido um tomador de café por um bom tempo", disse Yassa num vídeo informativo. "Sou uma das pessoas que não conseguem funcionar sem o café e sempre tenho sido curioso sobre o tipo de efeito que pode ter em minha memória e no meu sistema cognitivo."

Yassa, que agora mudou seu laboratório para a UC Irvine, recrutou 60 participantes do estudo que não bebiam regularmente ou comiam ou bebiam produtos cafeinados. Eles deveriam estudar as imagens dos objetos diariamente. Cinco minutos depois, alguns recebiam um placebo e para outros eram dados tabletes de cafeína de 200 miligramas idênticos. Amostras da saliva dos participantes foram levadas para estudar seus níveis de cafeína antes e depois de ser dado placebo ou tablete. Amostras eram dadas em uma hora, três horas e 24 horas depois. 

No dia seguinte, tanto para os grupos de placebo como para os de cafeína eram mostradas imagens e pedia-se para relacionar as imagens que lhes eram mostradas com as do dia anterior. Algumas das imagens eram as mesmas, algumas eram ligeiramente diferentes e algumas eram completamente diferentes.

Os pesquisadores encontraram mais pessoas do grupo de teste da cafeína que mostraram um padrão de separação mais elevado, a capacidade de reconhecer as diferenças entre os dois itens similares mas não idênticos. Por exemplo, uma foto de um pato de borracha com um raio mostrada no primeiro dia pode ser mostrada no dia seguinte sem o raio. Isto, de acordo com os cientistas, mostra um nível profundo de retenção da memória. 

"Se usarmos um padrão de tarefa de reconhecimento de memória sem estes itens similares enganosos, não teríamos descobertos os efeitos da cafeína", disse Yassa ao HUB da Johns Hopkin."Entretanto, ao usarmos estes itens exigimos que o cérebro faça uma discriminação mais difícil — o que chamamos de padrão de separação, que parece ser o processo que é melhorado pela cafeína em nosso caso."

O estudo de Yassa é um dos primeiros a examinar os efeitos da cafeína na memória a longo prazo. Os experimentos anteriores estavam sujeitos aos tabletes de cafeína ou de placebo que eram dados antes de ser pedido para se estudar os objetos em vez de depois. Isto possibilitou a Yassa eliminar os efeitos de outros sem a cafeína sobre a atenção do sujeito para as imagens destacando foco, monitoramento e outros fatores. 

O próximo passo de Yassa é estudar os mecanismos do cérebro por trás da melhoria da memória. 

"Podemos usar técnicas de imagem do cérebro para resolver estas questões", revelou Yassa. “Também sabemos que a cafeína está associada com longevidade saudável e temos alguns efeitos do declínio de protetores de cognição em doenças como Alzheimer."