Parto prematuro pode ser causado por bactéria, diz estudo
O estouro antecipado do saco amniótico – a bolsa que envolve o bebê no útero – é uma das principais causas de parto prematuro, e pode estar relacionado à presença de bactérias. É o que aponta uma pesquisa feita pela Duke University School of Medicine, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. O estudo sugere que as bactérias levam ao afinamento das membranas que compõem a bolsa, causando o rompimento prematuro.
Os pesquisadores examinaram amostras de bolsas de 48 mulheres que haviam acabado de dar à luz, incluindo as que tiveram parto prematuro por rompimento da bolsa, as que tiveram parto prematuro por outros motivos e mulheres que tiveram o parto no tempo normal (mais de 37 semanas).
Em todas as amostras foram encontradas bactérias, com concentrações mais altas no ponto onde a bolsa se rompeu. Porém, a presença dos micro-organismos era maior entre mulheres que tiveram parto prematuro por rompimento antecipado da bolsa. Essas mulheres também apresentaram membranas mais finas, e ao contrário do que acontecia com as demais, o afinamento era generalizado, e não apenas no ponto de ruptura.
Resta descobrir se as bactérias realmente foram a causa – e não a consequência – do rompimento. Os pesquisadores agora trabalham para identificar os tipos de bactéria observados.
De acordo com o ginecologista Amy Murtha, autor do estudo e professor de ginecologia e obstetrícia da Duke University, no futuro vai ser possível desenvolver exames para detectar a presença da bactéria em estágios anteriores da gravidez.
Outra possibilidade a ser estudada é o tratamento com antibióticos em mulheres que têm a bactéria com o objetivo de reduzir o risco de parto prematuro. Murtha admite, porém, que o trabalho feito ainda está longe de chegar a esse ponto.