'Alguém tem que pagar', diz pai sobre morte da filha atendida 8 vezes em PS
A Polícia Civil de Franca (SP) instaurou um inquérito na manhã desta sexta-feira (10) para apurar as circunstâncias da morte da jovem Luara Prieto Ribeiro, de 25 anos, que morreu depois de ser submetida a uma cirurgia na Santa Casa e ter sido atendida oito vezes no pronto-socorro "Dr. Álvaro Azzuz". O corpo da vítima foi enterrado na noite de quinta-feira (9). Abalado, o pai de Luara, o empresário Silson Ribeiro da Silva, acusa o hospital de negligência e disse esperar Justiça. "Alguém tem que pagar pela morte dela."
Silva conta que o martírio da filha começou no dia 15 de dezembro, quando Luara sentiu fortes dores abdominais. No pronto-socorro municipal, a jovem foi medicada e posteriormente liberada. As dores, no entanto, permaneceram. A filha voltou à unidade de saúde outras sete vezes, até ser encaminhada para internação na Santa Casa.
No dia 31 de dezembro, Luara voltou a passar mal e foi novamente encaminhada para a Santa Casa, onde foi atendida por cinco médicos diferentes mas, segundo Silva, nenhum diagnóstico preciso foi apresentado. O empresário contou que a filha tinha uma ferida na região dos rins e os médicos resolveram fazer uma drenagem por videolaparoscopia. O problema, entretanto, não foi resolvido e, de acordo com o empresário, a jovem fez uma endoscopia no dia 3 de janeiro e foi encaminhada para uma cirurgia na segunda-feira (6).
Luara sofreu uma parada cardíca após deixar o centro cirúrgico e foi direto para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Santa Casa. Para o pai, os médicos tomaram decisões equivocadas. "Eu considero que essa cirurgia foi um fracasso. A minha filha entrou na sala bem e depois dela sofreu uma parada cardíada. O corpo médico não sabia o que ela tinha e, mesmo assim, fez um procedimento cirúrgico, abriu a barriga dela, para tentar descobrir. Não foi certo", avaliou.
Investigação
O delegado Luís Carlos da Silva, titular do 1º Distrito Policial de Franca, instaurou um inquérito na manhã desta sexta e disse que pretende ouvir todos os médicos que atenderam Luara, tanto na Santa Casa quanto no pronto-socorro.
"Primeiramente, vamos ouvir o pai dela. Já falamos com ele no velório, mas ele tem que ser ouvido de novo. Depois, quero obter todos os prontuários médicos da vítima no hospital e no pronto-socorro. Quero ouvir todos os envolvidos, todos os médicos que prestaram auxílio para a jovem", disse o delegado, que não precisou quando os depoimentos começarão.
Santa Casa
A assessoria da Santa Casa de Franca informou ao G1, por telefone, que a diretoria do hospital está reunida na manhã desta sexta-feira (10) para analisar o caso. O hospital enviará um comunicado à imprensa no final da tarde.