Presidenta critica fórmula de reajuste da Petrobras
A presidente Dilma Rousseff classificou como “temeridade” a fórmula sugerida pela Petrobras, que prevê o reajuste automático do preço da gasolina quando houver aumento dos combustíveis no mercado internacional. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Dilma afirmou que esse gatilho pode provocar impacto na inflação.
“Indexação é algo extremamente perigoso. Indexar a economia brasileira ao câmbio ou a qualquer outra variável externa é uma temeridade”, disse ela. Ao abordar o assunto, a presidente aproveitou para dar uma estocada no pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), que na terça-feira lançou uma cartilha com 12 diretrizes de seu programa do governo e defendeu a reestatização de empresas, como a Petrobras. “Ô gente, isso não é sério, né? Vai chamar Petrobrax novamente?”, provocou.
Dilma disse que o PIB de 2013 ficará “ali entre 2% e dois e pouco” e não se arriscou a fazer novos prognósticos. “Toda previsão é sujeita a tempestades”, desconversou. No mês passado, em entrevista ao jornal espanhol “El País”, ela havia dito que o PIB de 2012 seria revisado de 0,9% para 1,5%. O resultado, porém, não ultrapassou 1%. “Vocês erram também, viu?”, justificou.
Em uma hora e 20 minutos de conversa, quando tomou suco de abacaxi e deixou o café intacto no copo, Dilma se recusou a comentar quem preferia enfrentar na disputa eleitoral de 2014, se Aécio ou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Ela chamou de “casca de banana” a pergunta sobre reforma ministerial, mas disse que iniciará as consultas para mudanças na equipe em meados de janeiro. A expectativa é que os novos integrantes do governo sejam anunciados somente em março, depois do Carnaval. Aproximadamente 12 dos 39 ministros devem deixar os cargos até o fim de março para disputar as eleições de 2014.