Água sanitária poderia curar doenças de pele, diz pesquisa
Segundo os cientistas, a água sanitária diluída poderia tratar dermatites causadas por radioterapia, além de necroses e úlceras.
Os pesquisadores, no entanto, alertaram aos pacientes que não apliquem o produto diretamente sobre a pele. Ainda não foram feitos testes em humanos.
Eles ainda ressaltaram que a água sanitária também poderia interferir no sistema imunológico do paciente.
Banhos com até 0,005% da substância já podem ser usados para o tratamento de eczemas, mas ainda há incertezas sobre se o procedimento é totalmente eficaz.
Banho simples
Testes iniciais em células da pele mostraram que doses baixas de água sanitária poderiam bloquear a substância química que desencadeia a resposta inflamatória do sistema imunológico.
Nos experimentos feitos em ratos, os banhos com o produto conseguiram reduzir o dano causado pela exposição à radiação.
A radioterapia, tratamento comum em pacientes com câncer, destrói o tumor, mas também pode deixar de hematomas na pele a queimaduras.
"Nós mostramos que um simples banho melhora os efeitos desagradáveis dos danos causados pela radiação", afirmou à BBC o dermatologista Thomas Leung.
Leung disse que a substância também poderia ser usada para o tratamento de outras doenças inflamatórias da pele, como úlceras diabéticas ou necroses.
"Ainda há muito o que se estudar sobre esse tratamento e esperamos poder testá-lo em humanos em breve", afirmou Leung.
Potencial
Outros experimentos em ratos velhos também indicaram que a água sanitária poderia rejuvenescer a pele.
Após duas semanas de banhos com o produto, os animais desenvolveram uma pele mais grossa e mostraram sinais de que estavam produzindo mais células da pele.
No entanto, isso foi observado apenas pelo microscópio. Sem a ajuda do aparelho, os ratos não pareciam mais jovens.
Graham Johnston, da Associação Britânica de Dermatologistas, disse que problemas de inflamações na pele são "extremamente comuns".
"Apesar de banhos de água sanitária diluída não serem comumente usados no Reino Unido, essa pesquisa abre a possibilidade de novos tratamentos clínicos no futuro."
"No entanto, é importante ressaltar que esse estudo é apenas o começo, e embora a ciência acerte em muitos casos, os testes ainda precisam ser realizados em seres humanos."
"Por isso, não recomendo que pacientes com problemas de pele tomem banho de água sanitária. Muitas vezes, recebo pacientes com reações graves até mesmo a alvejantes leves", alertou.