Silicone pode facilitar diagnóstico de câncer de mama, diz especialista
Outubro é o mês do câncer de mama e para as mulheres que usam silicone a boa notícia é que “o implante não interfere no autoexame das mamas e não atrasa o diagnóstico da doença”. Quem garante é o mastologista Dr. Vilmar Marques de Oliveira, presidente do Departamento de Oncoplastia da SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia). Segundo ele, a prótese funciona apenas como anteparo à mama, o que não prejudica a palpação.
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— Ao contrário do que se acredita, as próteses mamárias até facilitam o autoexame, uma vez que projetam as glândulas mamárias e tornam o exame mais fácil. Outro ponto positivo é que a presença do silicone não prejudica o prognóstico da paciente, caso ela venha a ter câncer de mama.
O especialista adverte que a recomendação de mamografia para mulheres com implante é a mesma de quem não tem a prótese, ou seja, uma vez por ano a partir dos 40 anos. No entanto, o mastologista Dr. José Roberto Filassi, coordenador de Mastologia do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), ressalta que o exame precisa ser feito com mais cuidado.
— A mamografia tem de ser feita de maneira mais artesanal, com algumas manobras da prótese. Além disso, costumamos complementar com ultrassom e ressonância magnética.
Tratamento com a prótese
O mastologista da SBM lembra que o silicone não atrapalha o tratamento do câncer de mama.
— Não é a presença do silicone que vai definir o tipo de tratamento. Para qualquer mulher, ele se baseia em procedimentos cirúrgico, quimioterápico, radioterápico e antihormonal.
De acordo com o médico, a terapia será indicada conforme a fase em que for detectada a doença.
— O tratamento pode ser só cirúrgico ou até englobar todas as modalidades.
Reconstrução mamária
O presidente do Departamento de Oncoplastia da SBM alerta que a reconstrução mamária é um direito da paciente, garantida pela lei federal de 1999.
— Pacientes acometidas pelo câncer de mama têm o direito de fazer a reconstrução do seio imediatamente após a intervenção cirúrgica para eliminar o tumor.
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O Dr. Marques explica que 80% desses procedimentos são feitos com próteses de silicone ou as chamadas próteses expansoras. Esta última é introduzida murcha na paciente e preenchida com soro fisiológico no pós-operatório.
— É prudente colocar a prótese atrás do músculo para diminuir a taxa de rejeição e não prejudicar o tratamento radioterápico. Caso a paciente já tenha o implante na frente do músculo, costumamos mudar a posição para trás.
Sobre as contraindicações, o especialista alerta para duas situações: quando não há condições clínicas favoráveis ou em casos de doença muito avançada.
Além disso, o médico dá uma dica para as mulheres que querem colocar a prótese de silicone.
— A escolha da posição da prótese de silicone — na frente ou atrás do músculo — vai depender do volume mamário e histórico familiar de câncer de mama da paciente.
Segundo o especialista, para as mulheres com seios muito pequenos ou com casos da doença na família, dá-se preferência por posicionar o implante atrás do músculo. Dessa forma, o rastreamento do tumor será mais fácil e haverá um prejuízo menor nas imagens mamográficas.