Centrais sindicais fazem marcha de três horas em Brasília para pressionar governo
Cerca de 50 mil trabalhadores de seis centrais sindicais e representantes de diversos movimentos sociais, de acordo com os organizadores, participaram da 7ª Marcha a Brasília. A pauta de reivindicações tem 12 itens, entre eles o fim do fator previdenciário, a jornada de 40 horas semanais sem redução salarial e política de valorização dos aposentados. Segundo a Polícia Militar, a manifestação teve 25 mil integrantes.
A caminhada durou pouco mais de três horas e percorreu parte do chamado Eixo Monumental, avenida central de Brasília, saindo do Estádio Nacional Mané Garrincha e terminando no Congresso Nacional.
A marcha reuniu trabalhadores da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
No início da tarde, os presidentes das seis centrais sindicais se reúnem com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Os trabalhadores também farão uma vigília em frente à Embaixada da Venezuela, em homenagem ao ex-presidente Hugo Chávez, que morreu ontem (5) à tarde. O venezuelano foi saudado pelos manifestantes como “maior defensor das causas trabalhistas”.
De acordo com o diretor da Força Sindical Nacional, Jefferson Coriteac, o objetivo da marcha foi “fazer com que a presidenta Dilma ouça as reivindicações dos trabalhadores”. Segundo ele, “trouxemos os trabalhadores para fazer barulho, para fazer a manifestação dos sindicatos, para dar seu grito de alerta e pedir para que ela nos receba”.
Coriteac disse que esta é a maior marcha já feita a Brasília. “Esta é a maior marcha que nós já fizemos, porque nós conseguimos organizar todas as centrais sindicais e movimentos sociais e conseguimos trazer, do Brasil todo, mais de 50 mil trabalhadores, entre eles estudantes, homens, mulheres, enfim, o povo brasileiro”, disse.
Em seu pronunciamento o vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Vicente Selistre, disse que a marcha ficou sem ser feita por dois anos. “Deixamos de fazer a marcha porque tínhamos a certeza de que a política do companheiro Lula iria ter continuidade, mas como as portas foram fechadas para os trabalhadores, nos sentimos obrigados a fazer essa sétima marcha.”
Para o torneiro mecânico, Luís Carlos Sales, de Catalão (GO), a expectativa é que essa marcha seja decisiva para a concretização das reivindicações dos trabalhadores. “Tenho 33 anos de carteira registrada e todo ano recebemos promessas que não são cumpridas, queremos melhorias”.
Participante da marcha, a secretária da Mulher da CUT, Rosane Silva mencionou o acampamento montado desde ontem em frente ao Incra, em defesa do trabalho no campo.“É uma demonstração concreta do que a classe trabalhadora é capaz de fazer. O poder de Brasília vai ter que conviver com a força e a luta dos camponeses, de maneira permanente, até que avancemos na pauta concreta dos trabalhadores”.
Confira abaixo os itens da pauta trabalhista:
- 40 horas semanais sem redução de salário;
- Fim do fator previdenciário;
- Igualdade de oportunidade entre homens e mulheres;
- Política de valorização dos aposentados;
- 10% do Produto Interno bruto (PIB) para a educação;
- 10% do orçamento da União para a saúde;
- Correção da tabela do Imposto de Renda;
- Ratificação da Convenção OIT/158;
- Regulamentação da Convenção da OIT/151;
- Ampliação do investimento público.