Companhias aéreas esperam crescer 9% este ano
As companhias aéreas estimam crescer entre 9% e 9,5% este ano, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). A estimativa é condicionada à alta de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o presidente da associação, Eduardo Sanovicz, a maior preocupação do setor é o impacto do combustível nos custos operacionais das empresas. Atualmente, os gastos com combustível representam 40%. Segundo ele, o tema vem sendo debatido com o governo federal e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). E deverá ser discutido também com o Ministério da Fazenda.
O executivo reconhece que algumas medidas adotadas pelo governo já devem aliviar os custos, como a desoneração da folha de pagamento de pessoal e a isenção de taxas sobre o direito de navegação. A estimativa do setor é economizar em torno de R$ 320 milhões ao longo deste ano.
Eduardo Sanovicz descartou alto ajuste nos preços das passagens aéreas, porém defendeu a recomposição financeira como forma de reverter os prejuízos do setor no ano passado, sem citar números sobre o desempenho das empresas. “Qualquer recomposição de preços que haja nas rotas de maior demanda será infinitamente menor do que a queda nos preços nos últimos dez anos, que foi 46%”, disse.
A entidade representa as companhias Avianca, Azul, Trip, Gol e TAM, que juntas transportaram 75 milhões de passageiros no ano passado, 7,14% a mais na comparação com 2011. No mesmo período, a oferta de assentos cresceu 3,12% e a taxa de ocupação atingiu 77,7%. De acordo com Adalberto Febeliano, consultor técnico da Abear, a proporção atual é 0,45 viagem anual por habitante no país, taxa menor que a de países com dimensões semelhantes às do Brasil, como Canadá, Estados Unidos
e Austrália, onde o índice
oscila de 2% a 2,5%. Apesar da taxa ainda baixa, o consultor avalia que “nosso transporte aéreo melhorou muito em comparação a três anos atrás, quando [a taxa ] era 0,25”.
Dados da Abear indicam que 6,38 milhões de passageiros viajaram em dezembro passado. O número de assentos cresceu 15,95% na Azul e 6,64% na TAM. A Gol apresentou redução de 0,14%.