Aviação vai passar em 2013 os 3.000 milhões de passageiros
17/12/2012
A aviação mundial, que superou a marca dos dois milhões de passageiros transportados num ano em 2005, no próximo ano vai acrescentar mais mil milhões e superar pela primeira vez os três mil milhões, de acordo com as previsões da IATA divulgadas ontem.
A Associação, que tem 240 companhias aéreas associadas, indica nas suas previsões para 2013 que antecipa um total de 3.101 milhões de passageiros transportados, mais 4,3% do que prevê para este ano e uma aumento de 74,6% na década 2003-2013.
Os dados da IATA permitem ainda ver que desde o início do século XXI, o número de passageiros transportados terá um aumento de 85,5%, mas que mais forte ainda é o aumento das receitas de passagens, que mais do que duplicarão (+107%), para 530 mil milhões de dólares.
A IATA indicou hoje que antecipa que em 2013 a aviação mundial atinja 659 mil milhões de euros de receitas, +3,4% do que prevê para este ano, com aumento das receitas de passagens em 4,3%, mas estagnação das receitas de carga, em 66 mil milhões de dólares.
Em relação à evolução das receitas de passagens, as previsões da IATA apontam para um ligeiro decréscimo do yield (preço médio pago por cada passageiros por quilómetros percorrido), em 0,2%, parcialmente compensado por um aumento também ligeiro da média de ocupação dos voos, de 0,1 pontos, para 79,6%.
Apesar desta previsão ‘mista’ para as receitas, que é também penalizada pela estimativa de uma queda do yield de carga em 1,5%, a IATA indica que prevê que em 2013 a aviação mundial apresente 19,2 mil milhões de dólares de resultados operacionais, em alta de 41,2% relativamente à previsão para este ano, e que os lucros subam 25,4%, para 8,4 mil milhões.
A melhoria da rentabilidade em 2013, com aumento da margem operacional de 2,1%, este ano, para 2,9%, no próximo, e da margem líquida, de 1% para 1,3%, vem de a IATA prever que para um aumento das receitas em 3,4% a aviação tenho uma subida dos custos em 2,6%.
Para os custos em 2013, a previsão da IATA divulgada ontem aponta para um aumento dos encargos com combustíveis em 0,5%, para 210 mil milhões de dólares (33% do total de custos, como prevê para 2012), apesar de uma redução do preço do querosene em 4%, de 129,5 para 124,3 dólares por barril.
As previsões da IATA apontam assim para um aumento do consumo de querosene, que explica a subida da factura de combustíveis, mas o que transparece da informação da IATA é que antecipa uma aceleração dos outros custos, ainda que menor do que o crescimento das receitas.
Os dados da IATA apontam para um aumento de 3,9% dos outros custos (depois de 2,5% em 2012), para 430 mil milhões de dólares, com o qual, então, apesar do aumento da factura de combustíveis em 0,5%, o aumento dos custos totais fica em 2,6%.
Ainda assim, pelas previsões da IATA, a aviação mundial terá em 2013 o terceiro melhor ano em resultados operacionais (19,2 mil milhões de dólares), depois de 21,7 mil milhões em 2010 e 19,9 mil milhões em 2007, e o quarto melhor ano em resultados líquidos (8,4 mil milhões), depois de 19,2 mil milhões em 2010, 14,7 mil milhões em 2007 e 8,8 mil milhões em 2011.
Mas, como a IATA sempre tem salientado, a aviação continua a ser um negócio de grandes números...e minúsculas margens.
Na década 2003-2013, apenas em 2010 o sector teve uma margem líquida acima de 3%, com 3,5%, e só em mais um ano, em 2007, teve uma margem líquida acima de 2%, com 2,9%, e as previsões para este ano e 2013 apontam para margens de 1,1% e 1,3%, respectivamente.
Os dados da IATA indicam aliás que na década 2003-2013, para um volume de negócios acumulado previsível de 5.575 mil milhões de dólares, o sector tem um lucro acumulado previsível de 14,9 mil milhões, o que significará uma margem líquida de 0,3%.