EROVIÁRIOS CONCLUEM A CAMPANHA SALARIAL
Terminada a campanha salarial de 2012, marcada pela grande intransigência patronal em relação ao reconhecimento e valorização dos profissionais da aviação, o Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo –SAESP– avaliou como positivos os resultados alcançados, com a conquista de reajustes que variaram de 6 a 10%, nos itens econômicos negociados.
Os patrões tentaram desgastar as negociações, insistindo, durante um longo período, na concessão de reajustes muitíssimo abaixo da inflação. O SAESP, por inúmeras vezes, tipificou o comportamento patronal como afrontoso, desrespeitoso e aviltante.
Concluída a campanha salarial, chegou o momento do apoio dos trabalhadores ao fortalecimento da entidade sindical, mediante a contribuição assistencial. O SAESP entende que a contribuição assistencial, prevista na Consolidação das Leis do Trabalho e aprovada pela categoria aeroviária, em assembleia geral, é extremamente democrática, pois é estabelecida pelos próprios trabalhadores, inclusive o seu percentual de recolhimento, fazendo parte integrante da Convenção Coletiva de Trabalho. No caso do SAESP, a contribuição assistencial foi de 2% do salário base do mês de janeiro de 2013.
Tratando-se de uma contribuição facultativa, ou seja, dependente da não oposição formal de cada trabalhador, a contribuição assistencial pode ser interpretada como uma ação de cidadania dos trabalhadores, pois os recursos dela provenientes são canalizados para o custeio das várias despesas que o sindicato tem para prover a sua estrutura (funcionários, advogados, dentistas, serviços de comunicação e imprensa, informática; além da manutenção predial da sede social, subsede, colônia de férias, etc.).
O fato que todo trabalhador precisa saber é que um sindicato forte se faz com a participação de todos e com a disposição coletiva de ter uma entidade com solidez política e financeira. A força de um sindicato é proporcional à disposição dos trabalhadores em fazê-lo pujante!
O SAESP aproveita para agradecer a todos os aeroviários que não apresentaram as cartas de oposição ao desconto da contribuição assistencial. A grande maioria teve esta postura!
Este contingente de aeroviários não se curvou às manobras patronais para que comparecessem à sede do sindicato, nos seus horários de trabalho, para a entrega pessoal das cartas de oposição. Apesar dos patrões incentivarem caravanas de vans das próprias empresas para o transporte de seus “colaboradores” até a sede do SAESP, a grande maioria dos aeroviários preferiu anuir com o desconto e assim apoiar a entidade sindical.
Estes valorosos aeroviários recusaram-se a copiar textos previamente redigidos pelas próprias chefias que, no desejo de mostrarem serviço aos patrões, tentaram jogar os trabalhadores contra a entidade sindical, opondo-se ao desconto da contribuição assistencial. Além dos modelos das cartas de oposição, os patrões trataram de espalhar boatos, como o de que a contribuição assistencial seria correspondente ao desconto de um dia de trabalho... Não bastasse a boataria, as empresas não deixaram por menos e liberaram da produção todos aqueles que quisessem comparecer à sede do sindicato, para que entregassem das respectivas cartas de oposição à contribuição assistencial.
A grande maioria de aeroviários-cidadãos mostrou-se disposta a apoiar a sua entidade de classe e não titubeou em aceitar o desconto de 2% de seus salários, primeiro porque o valor resultante era perfeitamente aceitável em relação à importância das ações sindicais e depois porque entrar na malícia patronal significaria dar um tiro no próprio pé, pois o enfraquecimento do sindicato implicaria na fragilização de todos trabalhadores.
O SAESP entende que o ideal seria que a unanimidade dos aeroviários tivesse participado ativamente de toda campanha salarial e que todos despertassem para a importância do sindicalismo para a classe trabalhadora.
Contudo, a grande maioria dos aeroviários sabe que a consolidação dos sindicatos demandou muitas lutas, inclusive nos piores períodos da história, marcados pelas ditaduras. Se não existissem sindicatos, os patrões tratariam de impor condições precárias de trabalho aos seus empregados, os quais, desamparados, seriam submetidos a toda gama de exploração.
Sindicalismo é parte essencial do exercício da cidadania. Os sindicatos refletem o perfil das categorias profissionais que representam. Categorias profissionais participativas e determinadas, são respeitadas. É o caso do SAESP que, graças à grande maioria de seus representados, é uma entidade que faz parte da história do combativo sindicalismo brasileiro, com seus 63 anos de lutas e conquistas.