Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 30 de Novembro de 2024

Tráfego aéreo se recuperará menos que o previsto em 2021, diz IATA

24/02/2021

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Uma mulher de máscara caminha pelo aeroporto de Heathrow, 21 de dezembro de 2020 - AFP

O tráfego aéreo mundial em 2021 deve equivaler a um terço do de 2019, estimou nesta quarta-feira (24) a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que revisou para baixo suas previsões devido à pandemia.

A IATA, que reúne 290 companhias aéreas, espera agora que o tráfego de 2021 oscile entre 33% e 38% do que era há dois anos. Uma previsão anterior esperava que chegasse a 51%.

A aparição de novas variantes do coronavírus obrigou a adoção de novas restrições às viagens internacionais e o tráfego, em vez de se estabilizar no nível do final de 2020, se deteriorou.

“A primeira parte do ano será mais fraca do que esperávamos em dezembro”, disse Brian Pearce, economista-chefe da IATA, em uma vídeoconferência.

A organização defende agora uma “forte recuperação durante o segundo semestre” à medida em que avançar a vacinação da população mais vulnerável, segundo Pearce, para quem o alcance da mesma dependerá de quando as restrições forem levantadas.

Como consequência desta lenta recuperação do tráfego, as companhias aéreas continuarão no prejuízo com custos que superam os lucros.

A esperada fragilidade do tráfego no primeiro semestre deve levar as companhias a “queimar” entre 75 bilhões e 95 bilhões de dólares em 2021.

Embora as companhias aéreas possam cortar gastos e se beneficiar de uma retomada nos trajetos nacionais, “não se espera que o setor gere lucro antes de 2022”, aponta Pearce.

Em 2020, o pior ano na história do tráfego aéreo, as companhias aéreas consumiram “mais de 150 bilhões de dólares em tesouraria”, acrescentou.

“Não é possível que o setor consiga sustentar um aumento de entre 75 e 95 bilhões de dólares este ano sem o apoio adicional do governo”, afirmou o diretor-geral da IATA, Alexandre de Juniac.

As companhias aéreas, que perderam 510 bilhões de dólares de faturamento em 2020, obtiveram 160 bilhões em ajudas no ano passado para sobreviver à crise.