Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quarta, 27 de Novembro de 2024

Caribe ganha mais importância nos projetos da Gol

07/12/2012

 

Ponto de conexão para os voos regulares que a Gol começará a operar para os Estados Unidos este mês, a capital dominicana, Santo Domingo, pode ganhar mais relevância para os negócios da empresa a partir do ano que vem. Segundo o órgão regulador do setor aéreo do país caribenho, a companhia está planejando lançar uma nova empresa aérea na República Dominicana, em associação com grupos privados locais.
 
Embora as autoridades caribenhas já deem a operação como certa, a Gol não confirma a informação, que classifica como “especulação”. Segundo apurou o Estado com fontes do mercado, desde que estruturou sua operação para os Estados Unidos fazendo da República Dominicana escala obrigatória, a Gol tem estudado formas de ampliar sua presença no Caribe. O modelo de negócios ainda não foi definido, mas a empresa já designou o executivo Júlio Perotti, ex-presidente da Webjet, para comandar a operação na região.
 
De acordo com nota publicada no site do Instituto de Aviação Civil da República Dominicana, citando o embaixador do país no Brasil, Dionis Pérez, e um consultor da Gol, a ideia é que a nova empresa comece suas operações no segundo semestre de 2013. A expectativa das autoridades dominicanas é que, com a criação de uma subsidiária da Gol, a aérea ajude a ampliar o fluxo de turistas no País, transportando passageiros do Brasil e também de outros países da América Latina até a ilha.
 
No começo da semana, a Gol realizou encontros com agentes de turismo para divulgar seus voos partindo do Rio e de São Paulo para os Estados Unidos com escala ou conexão em Santo Domingo – operação que independe da criação de uma empresa na República Dominicana. A empresa não esconde a empolgação com a utilização do país como hub (centro de distribuição de passageiros).
 
A capital dominicana tem uma posição estratégica para a Gol, pois lhe permite viabilizar seus voos entre o Brasil e os Estados Unidos, um mercado antes explorado apenas pela rival TAM e pelas aéreas americanas. Como suas aeronaves não têm autonomia para voar direto para o hemisfério norte, a empresa fará escalas e conexões na cidade para atingir seu destino final.
 
A grande inspiração é a Copa Airlines, que acumula uma das maiores rentabilidades do setor com uma operação focada em transportar passageiros entre as Américas do Norte e do Sul usando o aeroporto da Cidade do Panamá como hub (centro de distribuição de voos). A frota da empresa panamenha é basicamente composta por aeronaves Boeing 737-700 e 800, os mesmos utilizados pela Gol.
 
Os voos para o Caribe são especialmente interessantes em um momento em que as empresas vêm enfrentando dificuldades de realizar voos rentáveis dentro do Brasil. A aérea acumula um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão nos nove primeiros meses do ano, o pior da história nesse período. “Em voos mais longos, consegue-se diluir melhor os custos”, disse ao Estado na última segunda-feira o gerente geral comercial de negócios da Gol, Marcus Vinicius da Silveira, explicando que os aviões consomem mais combustível durante o pouso e a decolagem.
 
No Caribe, a Gol poderia desfrutar da vantagem de abastecer os aviões a um custo 40% menor que no Brasil e acumular receitas em dólar, em um ano em que os vilões das empresas brasileiras são justamente a alta do dó- lar e do gasto com combustível.
 
Uma fonte próxima à companhia diz que ela ainda está cautelosa com os planos relacionados ao país caribenho, mas que as autoridades locais tem cortejado a empresa para tentar convencê-la a se fixar por lá com uma subsidiária.
 
Combustível
43% é quanto representou o custo do combustível nas despesas totais da Gol entre janeiro e setembro deste ano, quase 10 pontos porcentuais acima dos 32% registrados em 2009