Concessionárias de aeroportos vão ‘devolver’ 580 funcionários à Infraero
30/11/2012
A Infraero informou nesta sexta-feira (29) que 20% dos seus funcionários que atuam nos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, leiloados em fevereiro, não serão aproveitados pelas concessionárias que estão assumindo a administração deles.
De acordo com a estatal, 580 funcionários nos três aeroportos, de um total de 2.900, serão “devolvidos.” Pelo acordo firmado com o sindicato da categoria, os trabalhadores que aceitarem a transferência para a concessionária terão estabilidade de cinco anos no cargo, com data limite de 31 de dezembro de 2018. Além disso, eles vão receber 1,2 salário por ano de atividade na Infraero.
O acordo prevê ainda a possibilidade de o trabalhador suspender o contrato com a Infraero por um período de 18 meses, para experimentar o trabalho na concessionária, com possibilidade de voltar ao quadro da estatal após o prazo.
Já os funcionários da Infraero nesses três aeroportos que permanecerem na estatal poderão ser transferidos para outros locais. A Infraero também estuda a possibilidade de promover um programa de demissão voluntária, oferecendo vantagens para aqueles que aceitarem deixar a empresa. O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, já afirmou que não serão feitas demissões em massa.
Leilão
O leilão dos terminais de Guarulhos, Campinas e Brasília aconteceu em 6 de fevereiro e rendeu ao governo R$ 24,5 bilhões, ágio total de 347% considerando o valor mínimo de R$ 5,477 bilhões que o governo pedia pelos três aeroportos.
O aeroporto de Guarulhos foi arrematado pelo consórcio Invepar (composto pela Invepar Investimentos e Participações e Infraestrutura, com participação de 90%, e operadora Airport Company South Africa, com 10%), por R$ 16,213 bilhões, com ágio de 373,5% sobre o valor mínimo estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A concessão de Viracopos, em Campinas, ficou com o consórcio Aeroportos Brasil (45% pela Triunfo Participações e Investimentos, 45% da UTC Participações e 10% da Egis Airport Operation, da França), que ofereceu R$ 3,821 bilhões, um ágio de 159,75%.
Já o terminal de Brasília ficou com o consórcio Inframérica Aeroportos (50% da Infravix Participações e 50% da Corporación America, da Argentina), R$ 4,501 bilhões, com ágio de 673,89%.
Esses três consórcios serão sócios majoritários, com 51%, em Sociedades de Propósito Específico (SPE), criadas para administrar os aeroportos – os outros 49% ficam com a Infraero, que será parceira das empresas.