BOC Aviation financia oito Boeings para a Gol
30/11/2012
A BOC Aviation, a maior companhia de leasing de aviões da Ásia, pertencente ao Bank of China, assinou seu primeiro contrato com a brasileira Gol. Vai financiar a compra e o "leaseback" (operação em que um proprietário vende um bem e em seguida faz o arrendamento) de oito novos aviões Boeing 737-800. "Para nós é importante. Sinal que a Gol está se organizando e que a BOC confia. O financiamento é de oito anos, em média", disse ao Valor o diretor financeiro da Gol, Edmar Lopes Neto, que nos últimos dias já fechou contratos para 26 aviões, de um total de 32 que deverão ser entregues à Gol até o fim de 2014.
A maioria dessas aeronaves é contratada com companhias de leasing, mas haverá também operações com o Eximbank dos Estados Unidos, disse Lopes Neto. Cada Boeing da família 737 é avaliada em cerca de US$ 100 milhões.
O prazo de entrega dos aviões financiados pela BOC vai do primeiro trimestre de 2013 ao terceiro trimestre de 2014 e faz parte do plano de frota da Gol, já anunciado. A operação com a BOC vai até 2022.
Em 2013, a Gol prevê um gasto total com aviões de R$ 3,7 bilhões (considerando preço de lista) e de R$ 5,2 bilhões em 2014. Neste ano, esse gasto é previsto pela companhia em R$ 629,9 milhões, segundo o balanço referente ao terceiro trimestre.
A Gol anunciou recentemente que estima um corte na oferta de 5% a 8% no primeiro semestre de 2013, em relação à igual período deste ano. Com isso, a empresa dá continuidade ao processo, iniciado neste ano, de cortar em 10% a quantidade de frequências e de encolher até 4,5% a capacidade de assentos por quilômetro.
A frota total da Gol, segundo o balanço referente ao terceiro trimestre, é de 150 aviões, sendo 85 do modelo 737-800; 42 do modelo 737-700; e 20 do 737-300. Estas pertenciam à Webjet, comprada pela Gol em agosto de 2011, e estão sendo desativadas. O balanço também informava que a empresa tinha 3 aviões 767-300 no portfólio - dois em fase final de transferência para a Delta Air Lines e uma fora de operação. A Delta é sócia da Gol, com 3% do capital.
O presidente-executivo da Gol, Paulo Kakinoff, reafirmou nesta semana a decisão de apostar no modelo 737-800 da Boeing por ser, em especial, mas econômico do que o 737-300 da Webjet. Estes, segundo ele, consomem 30% a mais de combustível. Kakinoff relaciona a demissão de 850 funcionários da Webjet, anunciada há uma semana, à decisão de não mais voar com os aviões 737-300. "A decisão [de demitir] está ligada ao aspecto técnico de não trabalharmos mais com os aviões Boeing 737-300, que têm 21 anos de uso e consomem 30% a mais de combustível [que os aviões Boeing 737-800 operados pela Gol]", disse o executivo, na quarta-feira em Brasília, onde teve uma reunião com o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt.