Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 26 de Novembro de 2024

Piloto de jato que saiu da pista em Congonhas teve traumatismo craniano

12/11/2012

 

O piloto do jato executivo que derrapou ao pousar na pista auxiliar do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, teve traumatismo craniano e foi internado no hospital Santa Paula.
 
Michael Gaail, 66, também teve lesões no tórax e na coluna lombar e deve passar por uma intervenção neurocirúrgica. Segundo o hospital, a gravidade do caso poderá ser melhor avaliada nas próximas 24 horas.
 
Já o copiloto Rafael Ferreira, 21, fraturou o nariz. Elaine Gaail, 37, mulher de Michel, também estava no jato, e teve apenas ferimentos leves. Ela teve alta no início da noite.
 
O acidente ocorreu por volta das 17h30. O Cessna, modelo Citation CJ3, de prefixo PR-MRG, havia decolado de Florianópolis (SC). Com capacidade para oito ocupantes, ele estava em situação regular na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
 
Segundo testemunhas, assim que o avião saiu da pista, ele desceu pela cabeceira, bateu em um degrau e atingiu o chão "como uma pedra". Uma das turbinas ficou ligada, fazendo a aeronave girar no lugar. A fuselagem rachou.
 
O aeroporto fechou para pousos e decolagens das 17h35 às 18h41. A av. dos Bandeirantes também foi interditada no sentido Imigrantes para os trabalhos de resgate.
 
"Os bombeiros chegaram muito rápido, menos de dois minutos, e foram logo jogando espuma", disse o analista financeiro Leandro de Felippe Branquinho, 29.
 
A espuma é usada para evitar incêndio provocado pelo combustível do avião.
 
A Anac informou que a aeronave é da empresa Tropic Air, com sede na Bahia. Nenhum representante foi localizado pela reportagem.
 
O projetista Giusepe Voto, 51, morador de uma rua próxima do aeroporto, disse ter visto o momento em que os ocupantes saíram do jato. "Vi o piloto no chão, ensanguentado, e outras pessoas em volta dele, mas que estavam bem."
 
Não chovia no momento do acidente, o que, segundo especialistas, reforça a hipótese de que tenha ocorrido falha no avião ou do piloto.
 
O acidente será investigadas pela Aeronáutica. A também fará uma inspeção, por se tratar de táxi aéreo.
 
Não é a primeira vez que aeronaves escorregam na pista de Congonhas.
 
Em 4 de janeiro de 2003, um jato executivo que transportava o então presidente do PL, Valdemar Costa Neto, derrapou após o pouso e parou perto da av. dos Bandeirantes. O deputado teve apenas cortes na mão, mas a asa do avião atingiu um ambulante.
 
Após o acidente da TAM em 2007, que deixou 199 mortos, o Ministério da Defesa reduziu a pista principal e auxiliar do aeroporto em 300 e 240 metros, respectivamente, para a criação de áreas de escape.
 
No dia 3 de setembro de 2008, um bimotor derrapou depois que o piloto abortou a decolagem. A aeronave não conseguiu frear e parou em um muro. Três ficaram feridos.