Último voo da Webjet será em julho do ano que vem
08/10/2012
A aérea Webjet já tem data para terminar. Segundo uma fonte que teve acesso ao calendário de extinção da companhia, seu último voo está programado para julho de 2013.
O cronograma, porém, está condicionado à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da operação de compra da Webjet pela Gol. A aquisição seria julgada semana passada, mas foi retirada da pauta do órgão em cima da hora. A expectativa é que o julgamento ocorra na próxima quarta-feira.
Com o fim da empresa, o Rio perderá a única aérea que voa no mercado doméstico com base operacional na cidade. TAM, Gol, Avianca, Azul e Trip — as duas últimas, em processo de fusão — mantêm suas bases no estado de São Paulo. A base da Webjet fica no Galeão.
A programação para o último voo da Webjet está relacionada ao prazo para renovação da frota da empresa. Desde o fim de 2011, ela está gradualmente substituindo seus Boeings 737-300, de 148 lugares e com média de 20 anos de idade, por modelos maiores e novos, os 737-800, que comportam 184 passageiros. A ideia, se aprovada pelo Cade, é que a Gol absorva a frota renovada em suas operações e acabe com a marca Webjet. A companhia carioca tem uma frota de 27 aeronaves e atende 17 destinos no Brasil.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as duas empresas também precisam do aval da instituição para a união de suas operações, o que ainda não foi pedido. A Anac só autorizou até agora a integração administrativa das duas companhias.
Quanto aos funcionários, a intenção é que sejam incorporados à folha de pagamento da Gol, mas ainda não está certo se haverá demissões. Alguns, especialmente os que desempenham funções administrativas, se adiantaram ao processo e já estão esvaziando as gavetas. Segundo uma fonte do setor, a Webjet estaria enfrentando dificuldades para substituí-los.
Enquanto aguardam o julgamento do Cade, Gol e Webjet estão operando de maneira independente, conforme estabelecido no Acordo de Preservação de Reversibilidade de Operação (Apro), celebrado entre as partes em outubro do ano passado. A medida visa a garantir que a compra possa ser revertida se o negócio for reprovado pelo Cade.
As duas empresas, no entanto, podem compartilhar voos, desde que não implique redução da capacidade de oferta da Webjet. A preocupação do órgão é com rotas como Guarulhos-Porto Alegre, em que juntas as aéreas têm mais de 40% do transporte de passageiros.
A Webjet foi criada em 2005. Dois anos depois passou ao comando do empresário Guilherme Paulus, ex-dono da agência de viagens CVC. Em julho de 2011, a Gol anunciou sua compra por R$ 310,7 milhões, sendo R$ 215 milhões de dívidas que seriam absorvidas pela empresa e R$$ 96 milhões em dinheiro.
Em março deste ano, quando foi anunciada a conclusão da compra, o valor em dinheiro da aquisição havia caído a R$$ 43,4 milhões, fora dívidas. Procuradas, nem Gol nem Webjet se manifestaram.