Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 26 de Novembro de 2024

Azul sobe posições no vácuo deixado pela Gol

29/08/2012

 

A estratégia da Gol de reduzir número de voos para tentar reequilibrar seu resultado financeiro já deu frutos, mas, por enquanto, os beneficiados foram Avianca, Trip e Azul. As três empresas lideraram o maior crescimento em participação no merca do em julho de 2012 quando comparada com o mesmo mês de 2011. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Gol perdeu 5,2 pontos percentuais em participação por número de passageiros por quilômetro transportados, ficando com 32,95%. No período, o número de assentos por quilômetro da companhia caiu 9,31%.
 
Enquanto isso, a Avianca e a Trip passaram de 3% para 4,74% e de 3% para 4,68%, respectivamente. O Grupo Tam, que consolida os resultados de Tam e Pantanal, ficou estável, com participação de 41,87% no mercado, contra 41,01%. A Azul fechou o período com um aumento de 1 ponto percentual na participação, que fechou a 10,03% do mercado. “Vivemos um momento ímpar da aviação nacional, em que os voos estão cheios, mas as empresas não dão resultado”, afirma Enio Dexheimer, comandante aposentado da Varig e professor de indústria aeronáutica da PUC-RS. “E até o final do ano, quando a demanda é maior, apenas Azul e Trip estão se preparando para absorver a procura, mantendo as encomendas”, diz. A assessoria de imprensa da Azul informou que a companhia, que tem hoje 56 aeronaves, prevê fechar o ano com 63 equipamentos.
 
De acordo com projeção da Tendências Consultoria , o fluxo de passageiros nos aeroportos no terceiro trimestre terá alta de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado, e de 2,8% na margem. “A elevação deverá ser concentrada nas linhas nacionais, uma vez que a desvalorização cambial deve ter impacto negativo sobre a demanda por viagens ao exterior”, informou a consultoria. Para o ano, a consultoria manteve a projeção de alta de 7%.
 
Em julho, a Gol havia divulgado que sua oferta doméstica teve queda de 6,7% comparado ao mesmo período do ano anterior, por conta da estratégia de racionalização de voos iniciada em março de 2012, que teve como resultado a descontinuação de aproximadamente 100 voos diários. “A rentabilidade dos voos foi o principal fator para definir os cortes, em que os trechos mais longos e voos noturnos foram os mais impactados”, segundo a empresa.
 
Voos internacionais
 
Apesar da redução nos voos domésticos, a Gol conseguiu ter um leve crescimento de participação em voos internacionais, em que saiu de 10,49% para 12,89% do mercado. A Tam, apesar da união com a LanChile, teve queda de 0,9 ponto percentual, para 87,11% de participação no mercado.
 
As empresas brasileiras não conseguiram se beneficiar do mês de férias escolares. Dados da Anac mostram que a demanda do transporte aéreo internacional para as aéreas caiu 2,33% em julho de 2012 em relação a julho de 2011. De janeiro a julho, houve crescimento da demanda em 0,59%, mas a oferta teve redução de 1,79%.