Sucessão de acidentes com aviões faz Anac endurecer fiscalização
02/08/2012
O grande número de acidentes aéreos ocorridos no país – só este ano já são 84 casos, segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) – obriga a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a endurecer a fiscalização nas 372 escolas de aviação no país. Só em Minas são quase 50, sendo que a metade está na capital mineira.
A maratona de fiscalização deverá ser intensificada a partir de agosto, com base no Regulamento Brasileiro da Aviação Civil número 61, publicado em junho passado. O documento estabelece as novas regras de licenças, habilitações e certificados para pilotos. O objetivo é que as instituições modernizem sua infraestrutura e tenham maior rigor na aprovação de pilotos para aeronaves comerciais, como aviões de pequeno porte e helicóptero.
Para Deusdedit Reis, coronel aviador da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB), onde atuou por 30 anos, e, hoje, professor do Curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Fumec, em Belo Horizonte, a medida é fundamental. Segundo ele, os dois últimos acidentes mais graves, ocorridos no último dia 28, em Juiz de Fora, Zona da Mata, matando oito pessoas, e em Angra dos Reis (RJ), no dia 12 deste mês, com três mortos, ainda aguardam resultado da perícia.
No entanto, há duas hipóteses: falha mecânica ou humana. “Nos dois casos, havia mau tempo, o que amplia a possibilidade de erro humano”. Ontem, o delegado Roney Ervilha Cabral, da 2ª DP de Juiz de Fora, instaurou inquérito para apurar o acidente.