Companhias cortam custo e passageiro paga a conta
30/07/2012
Passageiros sempre devem afivelar o equipamento de segurança da poltrona quando o avião atravessa zonas de turbulência. É indispensável que se cumpra a regra. Pois agora são as empresas aéreas que estão apertando o cinto para enxugar despesas. Alegam que são ajustes necessários para sair do vermelho. Só as maiores companhias do país, TAM e Gol, acumularam R$ 1 bilhão de prejuízos em 2011.
Como o céu não é de brigadeiro para a aviação brasileira, quem vai sentir os efeitos das dificuldades – empresários relutam em admitir a crise – é o passageiro. Terá de se preparar para pagar R$ 12 por uma xícara de café solúvel (torça que esteja quente) e um minissanduíche de pão de forma, se quiser lanche a bordo. Depois, ao lavar as mãos no banheiro, não estranhe se o jato da torneira vier fraco e curto – é economia até de água. Entidades recomendam vigilância sobre os direitos do consumidor. Antes de comprar o bilhete, o passageiro deve pesquisar preços e serviços, principalmente se a viagem for longa. As empresas não se sentem à vontade para reajustar tarifas, porque há vagas nas aeronaves – logo, mais opções de voos. No entanto, podem reduzir as comodidades aos viajantes.
E nos itens mais impensáveis. O assessor jurídico da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep) em Porto Alegre, Marcelo Santini, aponta que companhias estão cobrando até por um copo de água pedido a bordo.
– Nota-se uma queda na qualidade dos serviços e falta de informação a respeito. O consumidor deve cuidar para não ser surpreendido – alerta Santini.
Os cortes são pontuais e não estariam afetando a segurança dos voos. Empresários argumentam que estão pressionados por altas no preço do combustível, nas taxas aeroportuárias e no dólar. Justificam que seguem a tendência mundial de low cost, low fare (baixo custo, baixa tarifa), iniciada nos Estados Unidos e disseminada pela Europa.