Azul e Trip: fusão atrapalha ´nanicas´
30/07/2012
Além dos problemas existentes no segmento de aviação regional, as companhias aéreas que pretenderem entrar no setor devem enfrentar mais dificuldades a partir da fusão da Azul com a Trip. Para especialistas, a criação de uma empresa de maior porte com parte de suas atenções voltadas para as rotas atualmente disputadas pelas "nanicas" deve tornar mais complicado o surgimento de novos competidores.
"Quanto maior forem a Azul e a Trip, mais difícil será a entrada de outras e menor concorrência você vai ter na aviação regional", afirma o especialista em aviação Respicio Espírito Santo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A Trip vê na fusão uma forma de assegurar a posição de maior operadora regional da América Latina para a nova aérea.
Nesse segmento, a principal concorrente da Trip hoje é a Passaredo, outra sobrevivente do desaparecimento em massa de empresas no segmento.
A maior musculatura da empresa e a estratégia de compartilhamento com a Gol a salvaram das mazelas típicas das aéreas regionais. No entanto, a Passaredo não passou imune pelas turbulências que enfrentaram as gigantes do setor.
Depois de um 2011 de combustível com os preços nas alturas e uma guerra tarifária que levou o valor das passagens para baixo, este ano e o próximo serão de lição de casa para a Passaredo, diz o presidente da companhia, José Luiz Felício. Recentemente a empresa cortou seus voos no Sul para readequar sua malha.
Para os próximos anos, porém, a perspectiva é de expansão, garante o executivo. "A partir do ano que vem, deveremos ter um crescimento de 15% a 20% ao ano", afirma. Até 2015, a empresa espera chagar a um total de 50 a 60 destinos.