Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 30 de Novembro de 2024

Aeroporto de Cuiabá ainda é o pior do país, diz pesquisa

14/10/2013
Em obras desde dezembro de 2012 para reforma e ampliação, o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande, foi considerado, pela segunda vez consecutiva, o pior terminal aeroportuário do país.
 
A pesquisa de qualidade é feita trimestralmente pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC-PR) e avalia os 15 principais aeroportos nacionais.
 
O segundo levantamento deste ano, que leva em conta o período de abril a junho, foi publicado pela pasta na terça-feira (8) e mostra a percepção dos passageiros a respeito de cada um dos aeroportos pesquisados.
 
Segundo a SAC, os terminais aeroportuários foram selecionados de acordo com seu envolvimento nos grandes eventos dos quais o Brasil se tornou sede, principalmente a Copa do Mundo de 2014.
 
Nota
 
Localizado em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, o Aeroporto Marechal Rondon teve 35 pontos avaliados pelos passageiros, o que lhe rendeu uma nota geral de 3,43 – numa escala em que a pior nota possível é 1 e a melhor, 5.
 
Essa média, aliás, é menor do que a registrada no primeiro trimestre deste ano, quando Cuiabá ficou em último lugar entre os aeroportos com a nota de 3,49.
 
O aeroporto melhor avaliado voltou a ser o Curitiba (PR), que manteve a nota geral conquistada no primeiro trimestre, de 4,21. Também entre os piores aparecem os terminais de Guarulhos (SP) e Manaus (AM), com as notas de 3,56 e 3,44, respectivamente.
Precisa melhorar
 
Entre os piores serviços avaliados no Aeroporto Marechal Rondon estão a disponibilidade de transporte público; a instalação e o custo do estacionamento; a disponibilidade de meio-fio; as instalações para alimentação e estabelecimentos comerciais e os preços cobrados em cada um deles.
 
A disponibilidade de internet wi-fi gratuita e de qualidade, bem como as instalações destinadas para passageiros a negócios ou VIPs também receberam avaliações ruins, bem como os serviços de disponibilidade de banheiros, o conforto térmico, acústico e de embarque oferecido pelo aeroporto.
 
A falta de bancos, caixas eletrônicos e casas de câmbio, a falta de rapidez na restituição das bagagens dos passageiros e a integridade das bagagens, além de um pouco de dificuldade no momento de fazer conexões e distância da caminhada dentro do terminal também contribuíram para a queda do índice geral.
 
Avaliação positiva
 
Por outro lado, alguns pontos foram avaliados como satisfatórios no Marechal Rondon, por conseguirem atingir uma pontuação acima da média nacional (3,81).
 
A maioria deles, aliás, mostrou melhora em relação ao primeiro trimestre deste ano, como os serviços de limpeza dos banheiros e de todo o terminal, o atendimento e a cordialidade demonstrada pelos funcionários do aeroporto e a disponibilidade de táxis no terminal.
No que se refere especificamente ao check-in e ao setor de segurança, foram elogiados o atendimento, cortesia e a eficiência dos funcionários responsáveis, bem como o tempo de espera na fila para os guichês/atendimento e o rigor durante a inspeção de segurança (raio-x e detecção de metais).
 
Explicação
 
De acordo com o diretor de Gestão Aeroportuária da SAC, Paulo Henrique Possas, as avaliações ruins dadas pelos passageiros aos terminais de Cuaibá, Guarulhos e Manaus pode ser justificada pelo fato de que as três unidades encontra-se em obras para reforma e ampliação, o que provoca alguns inconvenientes.
 
“São intervenções para melhorar a infraestrutura e os serviços, mas que incomodam os passageiros”, explicou.
 
Ele lembrou que, após a reforma, itens hoje mal avaliados, como falta de vagas suficientes nos estacionamentos e desempenho de serviços como restituição das bagagens, devem passar a ser bem avaliados pelos clientes – o que pode resultar em uma melhor posição no ranking para o terminal.
 
A obra
 
Atualmente, quem precisa usar o aeroporto da Capital precisa de paciência. As 405 vagas de estacionamento que até então existiam foram reduzidas e “apertadas”, dificultando a manobra dos veículos no espaço reduzido.
 
Além disso, é difícil entender para onde se está caminhando com tantos tapumes, máquinas e operários trabalhando no local.
Essas são apenas algumas das dificuldades enfrentadas pelos passageiros do terminal, que hoje já está com todas as frentes de obras em andamento para reforma e ampliação da estrutura.
 
Segundo informações da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), de forma simultânea, estão em andamento as obras das vias de acesso ao aeroporto, demolição do antigo setor de desembarque e ampliação do estacionamento.
 
Além disso, também estão sendo feitas a instalação de estruturas metálicas do terminal de passageiros e a construção da casa de força, da central de água gelada para ampliação do sistema de ar condicionado e da via de acesso à nova estação de tratamento de esgoto.
 
Depois de tudo pronto, a expectativa é de que a área construída do terminal passe dos atuais 5.460 m² para 13.200 m². A capacidade anual do aeroporto também deverá aumentar de 2,5 milhões para 5,7 milhões, oferecendo melhor estrutura e segurança durante a Copa de 2014.
 
Sob responsabilidade do Consórcio Marechal Rondon - formado pelas empresas Engeglobal, Farol Empreendimentos e Multimetal Engenharia - e orçada em R$ 77,2 milhões, as obras de reforma e ampliação do aeroporto constam na Matriz de Responsabilidades assinada pelo Governo do Estado com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), sendo essencial para a realização do Mundial em Cuiabá.
 
As intervenções no aeroporto abrangem a reforma e ampliação do terminal de passageiros (A, B e C), incluindo instalação de pontes de embarque; reforma e adequação da via de serviço do lado-ar do aeroporto, nova sinalização horizontal do pátio da aeronave; reforma, adequação e ampliação do sistema rodoviário interno do aeroporto; reforma, adequação e ampliação do estacionamento do terminal de passageiros; ampliação da Central de Utilidades; nova área de equipamentos de rampa, no lado-ar do aeroporto; ampliação dos sistemas de infraestrutura básica (redes de energia elétrica, água, esgotos sanitários, águas pluviais e telecomunicações); e construção do estacionamento do novo prédio administrativo da Infraero.
Em 2012, foram entregues o Módulo Operacional Provisório (MOP) para desembarque dos passageiros do aeroporto, que foi a primeira etapa da ampliação do aeroporto, e o prédio administrativo da empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que corresponde à segunda etapa de ampliação do terminal..
 
Ritmo lento
 
Com previsão de entrega total em 8 de março de 2014, o aeroporto tem preocupado as autoridades locais quanto ao ritmo empreendido nas obras, uma vez que o atraso no canteiro chega a 120 dias, segundo o último relatório elaborado pelo Tribunal de contas do Estado (TCE).
 
O documento, que tem como referência nos serviços executados até 31 de julho deste ano, aponta que 22,5% da obra estava pronta na ocasião, quando o esperado pelo cronograma do Estado é de que metade do projeto (50,385) já estivesse concluído.