O Verão no Hemisfério Norte deveria marcar o retorno à normalidade, mas, após dois anos de pandemia, os aeroportos dos Estados Unidos e da Europa estão um verdadeiro caos, com atrasos, cancelamentos de voos e bagagens perdidas. O motivo principal tem sido a escassez de mão de obra.
 
Nos Estados Unidos, a evasão do setor aumentou nos últimos anos e o problema atinge as vagas de piloto, copiloto, comissário e agente de check-in. Por isso, o efeito cascata: com a falta de pilotos, os voos são atrasados ou cancelados; sem agentes de solo, as filas de check-in aumentam; sem transportadores de malas, elas não são despachadas.
 
Os diversos funcionários demitidos ou colocados em aposentadoria compulsória no início da pandemia não estão querendo voltar e novos colaboradores estão difíceis de achar, seja pelo processo de treinamento, que é longo, seja pelos baixos salários, que deixaram a carreira menos atrativa para os jovens e vem gerando greves.
 
Para os europeus, a situação é ainda pior. Entre abril e junho, os cancelamentos de voos no continente foram o dobro das companhias aéreas norte-americanas. Na última semana, por exemplo, por conta de uma greve de funcionários que exigiam melhores salários e condições de trabalho, o acesso a um terminal do Charles de Gaulle, nos arredores de Paris, foi bloqueado. A paralisação causou o cancelamento de 10% dos voos.