Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Terça, 26 de Novembro de 2024

Preços das passagens aéreas dispararam em 2022

10/06/2022

businesstrip

Os preços das passagens aéreas no Brasil dispararam nos primeiros meses de 2022. Até fevereiro deste ano, as tarifas subiram 15% de acordo com dados disponibilizados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e incluídos em pesquisa da Onfly, startup especializada em gestão de viagens e despesas para empresas.

A alta já se aproxima do acumulado registrado em 2021, quando viajar de avião ficou 19,3% mais caro.

Enquanto os dados da Anac vão até fevereiro, os tabulados pela própria Onfly, focados apenas nas rotas corporativas, vão até abril de 2022. Eles mostram que, naquele mês, o preço dos bilhetes chegou a ser 300% maior do que no mesmo período do ano passado.

As viagens de São Paulo ao Rio de Janeiro e de São Paulo a Belo Horizonte – as duas rotas comerciais mais importantes do País – apresentaram as variações mais elevadas.

“A alta aconteceu como um todo na maioria dos trechos, mas especificamente nos trechos do corporativo. O aumento foi maior por causa da demanda. Isso está claro nos relatórios dos investidores das companhias aéreas Gol e Azul, publicadas no primeiro trimestre deste ano”, diz Marcelo Linhares, CEO da Onfly.

Segundo ele, em abril de 2021, o ticket médio de compras de passagens pela startup era de R$ 1,052 com ADVP (tempo de antecedência de compra) de 8 dias. Atualmente, ele está em R$ 2,155 com ADVP de 14 dias, um aumento de 104% em um ano, mesmo com o cliente planejando a compra com maior antecedência.

O CEO da Onfly sugere que os viajantes comprem os bilhetes com antecedência para ampliar a chance de encontrar valores mais baixos. “Uma passagem de Belo Horizonte para São Paulo com 16 dias de antecedência pode ser encontrada por R$ 300. Este mesmo trecho, comprado com um dia de antecedência, pode custar até cinco vezes mais”, diz Linhares.

Segundo a startup, o reajuste que as companhias aéreas realizaram no período de retomada das viagens após o fim das medidas restritivas por causa da pandemia foi alto porque, durante o período mais crítico da pandemia, as empresas seguraram os valores dos bilhetes com preços promocionais, na tentativa de driblar a baixa demanda.

A guerra na Ucrânia também é citada pelo levantamento como causa da alta dos valores das passagens. O conflito desorganizou o mercado mundial energético e de combustíveis, fazendo o preço do petróleo atingir valores recordes e influenciando expressivamente o preço médio do querosene de aviação (QAV).

Além disso, o aumento na cotação do dólar, diante do momento de aversão ao risco, também está pressionando o setor da aviação, com efeitos diretos nas passagens aéreas nacionais e internacionais.

Procura por voos domésticos

Em outra frente, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou na quarta-feira (8), que a procura por voos domésticos, medida em passageiros-quilômetro transportados (RPK), teve queda de 9,9% em abril, em relação ao mesmo mês de 2019, com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Ainda segundo a Abear, a oferta, calculada em assentos-quilômetro oferecidos (ASK), teve redução de 5,8% na mesma comparação. A taxa média de ocupação dos aviões ficou em 78,4%, redução de 3,5 pontos percentuais. No total, foram transportados 6,1 milhões de passageiros, recuo de 16,2% diante de igual mês de 2019.

No mercado internacional, a demanda (RPK) teve queda de 34,2% e a oferta (ASK) anotou redução de 33,9% em relação a abril de 2019. O aproveitamento das aeronaves ficou em 83,9%, redução de 0,4 ponto percentual. O total de passageiros transportados atingiu 1,1 milhão, uma retração de 39,4%.

De acordo com a associação, a comparação dos resultados operacionais do mercado doméstico entre abril e março apresentou queda de 7,1% na demanda (RPK) e de 5,9% (ASK) na oferta. A taxa média de ocupação dos aviões recuou 1 ponto percentual. No mercado internacional, a demanda (RPK) cresceu 5,4% e a oferta (ASK) recuou 1,8% nas mesmas comparações.

O transporte aéreo de carga e correio registrou redução de 11,3% em abril em relação a abril de 2019. No mercado internacional, houve aumento de 12,7% em igual comparação. As informações são do site E-investidor, do jornal O Estado de S. Paulo, e da Agência Brasil.