Ter um jato é opção para a falta de voo comercial
05/08/2013
Quem chega ao aeroporto de Iguatu, cidade da região Centro-Sul, a 350 quilômetros de Fortaleza, pode até ficar impressionado. O município tem cerca de 10 aeronaves hangaradas no local. São monomotores e bimotores de empresários que, pela falta de voos comerciais ligando Iguatu a grandes centros do Nordeste, como Fortaleza, precisaram investir em um avião próprio. Foi o jeito encontrado para não deixar de fechar negócios.
Segundo o empresário Edvane Matias, um dos diretores do Grupo Tubform, com sede e Iguatu, a aquisição de uma aeronave é questão de prioridade para os empresários de Iguatu. Ele tem dois aviões bimotores, com capacidade para cinco e sete passageiros. Juntas, elas estão avaliadas em cerca de US$ 5 milhões segundo ele.
“É uma necessidade não só minha, mas de todo empresário de Iguatu. É uma questão de custo-benefício, para a agilidade que precisamos nos nossos negócios. Nós temos uma cidade que melhorou muito em questão de infraestrutura, mas nós não temos voos comerciais”.
De acordo com o empresário, as aeronaves ajudam no deslocamento entre Iguatu e as capitais do Nordeste. Geralmente, as viagens são realizadas para cidades que estão num raio de 800 quilômetros de distância. Ele diz que, por mês, voa cerca de 25 horas no avião particular. “Eu sempre alugava uma aeronave, saia bem mais barato. No entanto, você não pode tê-la disponível toda hora”.
Apesar das vantagens, há custos, como o de manutenção que, conforme explica, está entre os itens que mais pesa. Segundo ele, como a região não conta com uma oficina homologada, é necessário enviar as aeronaves para revisão em Alagoas. “A melhor oficina está em Maceió. Tudo que você faz na aviação é em dólar. Até se tiver de trocar o óleo é em dólar”. (Marcelo Andrade)