Na Azul, pilotos da Trip reclamam dos salários e da comida fria
03/07/2013
Em março deste ano, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão das companhias áereas Trip e Azul. Quatro meses depois, pilotos e comissários que trabalhavam, então, na Trip mostram insatisfação. Entre as principais queixas estão a redução no salário final e a comida, que é servida fria à tripulação.
A questão do salário é que a Azul remunera a tripulação pelas horas voadas. O sistema na Trip era por quilômetro voado, e havia a garantia de que o salário correspondesse ao mínimo de 12 mil quilômetros. O que passasse disso era computado como parcela variável do salário. Os tripulantes da Trip tinham ainda descanso remunerado, o que não acontece na Azul. Esta, por sua vez, paga adicional de 30% referente à periculosidade.
De acordo com o jornal O Globo, quem trabalhava na Trip se queixa que não está claro como os modelos foram compatibilizados. Já houve três reuniões entre o Sindicato Nacional dos Aeronautas e o Ministério do Trabalho desde maio e, segundo o sindicato, não foi explicado como a Azul calcula a conversão de quilômetro voado em hora voada.
As maiores perdas são dos comissários. O Sindicato aponta que eles estão recebendo R$ 29,50 menos do que ganhavam quando voavam pela Trip, considerando estritamente o valor fixo do salário.
A Azul diz que não houve redução de salário, e sim “uma natural variação nas horas voadas”, em função da “baixa estação” e das “mudanças de malha aérea decorrentes da fusão”. Quanto à comida, os pilotos dizem que a Azul está retirando os fornos dos aviões da Trip, para que as aeronaves fiquem mais leves e gastem menos combustível. Segundo a Azul, “é um padrão adotado desde a sua fundação.”
A fusão das duas empresas foi anunciada em maio de 2012, criando a terceira maior companhia no mercado de aviação doméstica. A liderança segue sendo disputada entre TAM e o grupo Gol. A quarta posição fica com a Avianca.