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Terça, 26 de Novembro de 2024

Mulher se passa por médica e trabalha por 40 dias em posto no RS, diz MP

25/08/2016

O Ministério Público investiga uma mulher que se passou por médica em Novo Machado, no Noroeste do Rio Grande do Sul, cidade de cerca de 4 mil habitantes. Segundo o órgão, Vânia Regina Ramos atuou como clínica geral de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) por 40 dias. Durante esse período, ela atendeu pelo menos 100 pessoas, chegando a fazer pontos cirúrgicos, como mostra o RBS Notícias (veja vídeo acima).

A Secretaria de Saúde de Novo Machado, Bibiane Raquel Glanzel, disse que Vânia Regina Ramos foi a única que se interessou em trabalhar na cidade, em um contrato emergencial de seis meses. Ela começou a trabalhar em julho e chegou a receber R$ 15 mil, mas farsa foi descoberta após denúncias.

"No dia da exoneração, fizemos numa pesquisa no histórico do computador onde mostrava que a mesma pesquisava tipos de medicamentos pra hipertensão, entre outras pesquisas relacionadas a medicamentos."

Vânia usava o nome e o registro profissional de uma médica que mora no Paraná. Ela se aproveitou da semelhança entre os nomes para falsificar documentos, como o certificado de conclusão do curso de medicina.

O caso está sendo investigado pelo promotor de justiça Ronaldo Adriano de Almeida Arbo. "Efetivamente essa cidadã não era médica", diz. "Como ela não se encontra na cidade, não foi possível localizar o endereço dela, que ela esteja fazendo essa atividade indevida, criminosa em outros locais." 

Entre os crimes apontados pelo Ministério Público estão falsidade ideológica, exercício ilegal da medicina e estelionato, além de apropriação de bem público. O Ministério Público pediu a prisão preventiva da mulher, o que foi concedida na tarde desta quarta-feira (23). A produção do RBS Notícias tentou falar com Vânia Regina Ramos, mas o telefone estava impossibilitado de receber chamadas.

Pacientes e colegas desconfiaram de mulher
A enfermeira Sandra Rodrigues Aquino disse que suspeitou da mulher a partir das prescrições. "Diante das prescrições que ela começou a passar para os pacientes, algumas poderia levar ao risco a vida deles. E a gente então não administrava medicação e foi observando que isso vinha se evidenciando no decorrer de todos os dias."

Segundo colegas, até um antibiótico que deveria ser aplicado no tecido muscular foi prescrito para ser injetado na veia de uma paciente, o que poderia causar perda de consciência e morte. Uma paciente, que preferiu não se identificar, contou que levou um exame para análise de Vânia e se surpreendeu com a resposta. "Ela falou assim: eu não posso te dizer nada. Vou te passar esse exame que você leva a outro médico para ele orientar sobre o que fazer".